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Bolsa cai e dólar vai a R$ 5,61 com menor atividade econômica

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

11/10/2024 10h20Atualizada em 11/10/2024 17h14

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou esta esta sexta-feira (11) em queda, com desvalorização de 0,28%, e o Ibovespa indo a 129.991 pontos. Com isso, na semana, as perdas na Bolsa foram de 1,37% (com dados da Economatica).

Os investidores se desanimaram com a queda da atividade econômica apontada pelo IBGE. Mas também estão na expectativa por mais medidas de estímulo para tirar a economia chinesa da inércia, o que favoreceu a alta das ações da Vale (VALE3).

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O dólar teve alta de 0,50%, indo a R$ 5,615 — o maior valor dos últimos 30 dias. Na semana, a alta aproximada chega a 2,57%. Em 12 de setembro, a moeda americana chegou a R$ 5,65. No ano de 2024, o maior valor que a divisa atingiu foi de R$ 5,72, em 2 de agosto.

O dólar turismo fechou em R$ 5,84.

O que aconteceu

O mercado espera por mais incentivos à economia chinesa. Estima-se que a partir desta noite (sábado, na China) o governo anuncie investimentos de até 2 trilhões de yuanes, o que equivale a aproximadamente US$ 283 bilhões em estímulos para o país. A China é importante para o Brasil pois é o maior mercado dos produtos exportados daqui.

Por isso, o preço do minério de ferro avançou nesta sexta, o que beneficiou as ações da Vale. Os investidores também saíram às compras de ativos da mineradora, apostando numa disparada dos papéis na segunda-feira (14), caso o anúncio do pacote chinês seja confirmado.

Com isso, as ações da Vale subiram 1,44%, a R$ 62,13, conforme dados preliminares. "Desde o começo da semana, investidores seguem aguardando o anúncio dos detalhes do plano fiscal chinês", diz Marcio Riauba, gerente da mesa de operações do banco de câmbio, StoneX.

Petróleo

Hoje, o petróleo devolveu pequena parte da alta de 4% da quinta-feira (10). O preço do barril do tipo Brent caiu 0,45% e o do WTI, 0,38%. Na semana, o produto teve alta acumulada de 1,27% para o Brent e de 1,59% para o WTI com o conflito entre Israel e Irã.

Por que o dólar subiu tanto?

O problema foi o esfriamento da atividade econômica do Brasil. É o que explica André Galhardo, consultor econômico da plataforma de transferências internacionais Remessa Online. "Os dados de atividade econômica sugeriram uma ligeira desaceleração da economia brasileira no mês de agosto. Primeiro, com os dados do comércio varejista, divulgados ontem. Segundo, com os dados do setor de serviços, de hoje. Claro que temos uma ligeira recuperação da indústria. Mas o dado do setor de serviços, responsável por mais 70% do PIB do país, traz um impacto um pouco mais forte", diz o especialista.

Pela manhã, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o volume de serviços prestados caiu 0,4% em agosto ante julho. No mês anterior, o resultado do indicador foi revisto de uma alta de 1,2% para avanço de 0,2%, publicou o instituto. Na quinta, o IBGE havia divulgado que, em agosto, as vendas do comércio varejista no Brasil recuaram 0,3% em comparação a julho.

A atividade de serviços decepcionou, segundo o Goldman Sachs. O índice, publicou o banco em documento para investidores, "veio bem abaixo do consenso, que era de um pequeno aumento".

O resultado pode afetar o Produto Interno Bruto (PIB), segundo Marina Garrido, da equipe de pesquisa macroeconômica do Itaú. "O setor de serviços contraiu em agosto, resultado mais fraco que nossa projeção, com destaque para surpresa negativa nos setores de serviços prestados às famílias e serviços profissionais, administrativos e complementares, ambos importantes para o PIB", diz ela.

A queda do petróleo e as falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva também podem ter influenciado o câmbio. Essa é a opinião de Ariane Benedito, cofundadora e economista-chefe da Eai Invest. Lula disse hoje quer comprar mais aviões para a presidência da República e que a ampliação da faixa de isenção do imposto de renda deve ser compensada pela taxação dos mais ricos.

O mercado, diz ela, lê essas declarações como mais despesas. "Mais gastos implicam em maior risco fiscal, o que gera inflação e leva o Banco Central a aumentar a taxa de juros", diz a especialista.

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