Governo Trump não deve afetar agenda ambiental, diz executivo da Ambipar
Os avanços nas discussões sobre as mudanças climáticas e a agenda ambiental não devem ser afetados pela eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, disse Roberto Azevêdo, presidente global de operações da Ambipar e ex-diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio).
O comentário de Azevêdo foi feito durante o Lide Brasil Conferência, evento promovido pelo Lide (Grupo de Líderes Empresariais), UOL e Folha de S.Paulo em Lisboa nesta sexta-feira (15).
O que aconteceu
"Não tem volta." Durante o quinto e último painel da conferência, intitulado "Meio ambiente: a economia circular e os benefícios ambientais", Azevêdo disse que a agenda ambiental e as preocupações tanto de empresas quanto da sociedade civil estão tão alinhadas que a eleição de Donald Trump nos EUA não as afetará.
Promessas e ações de Donald Trump são contra agenda ambiental. Quando foi presidente dos Estados Unidos entre 2017 e 2020, Trump tirou os Estados Unidos do acordo de Paris e prometeu em campanha fazer o mesmo assim que tomar posse novamente na Casa Branca. Além disso, o presidente tem defendido furar ainda mais poços de petróleo no país, energia não renovável e altamente poluente.
Ruídos não interferirão. Para Azevêdo, no entanto, essa posição do futuro presidente americano pode causar ruídos no debate ambiental, mas empresas e sociedade já abraçaram de tal modo essas ideias que Trump não conseguirá seguir com essa mentalidade.
Transição energética
Mercado de carbono como potencial de investimento. A ex-ministra do Meio Ambiente (2010 - 2016) Izabella Teixeira também esteve presente e enfatizou a importância do debate sobre transição energética e mercado de baixo carbono, o que, segundo ela, tem grande potencial de investimento no Brasil. Teixeira ainda enfatizou a aprovação, nesta quarta-feira (13), pelo Senado do texto-base do projeto que regula o mercado de carbono - sistema que permite a compra e venda de créditos baseados na emissão ou na redução de gases do efeito estufa.
Teixeira diz que o país é provedor de soluções. Para a ex-ministra, "o Brasil, atualmente, é um país com alternativas viáveis no curto prazo. Possui condições de avançar na agenda climática e, além disso, fazê-lo de maneira estratégica, com o setor de energia desempenhando um papel de liderança como principal motor da transformação do nosso desenvolvimento".
Essa trajetória não apenas contribui para a mitigação de emissões de gases de efeito estufa, mas também fortalece a resiliência climática, ao alinhar a necessidade de enfrentar desafios ambientais com a promoção do desenvolvimento sustentável.
Izabella Teixeira, copresidente do International Resource Panel da ONU, conselheira emérita do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e ex-ministra do Meio Ambiente (2010 - 2016)
O debate se deu entre cinco especialistas no assunto. Compuseram essa mesa Izabella Teixeira, copresidente do International Resource Panel da ONU, conselheira emérita do Centro Brasileiro de Relações Internacionais e ex-ministra do Meio Ambiente (2010 - 2016); Hélio Costa, presidente do Conselho da Light e ex-ministro das Comunicações (2005 - 2010); Roberto Azevêdo, presidente Global de Operações da Ambipar, foi diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (2013 - 2020); Patrícia Iglecias, professora e superintende de Gestão Ambiental da USP, presidente do Instituto o Direito Por Um Planeta Verde e sócia da Wald Advogados; e Margarida Quina, professora da Faculdade de Engenharia Química da Universidade de Coimbra e diretora do Centro de Engenharia Química e Recursos Renováveis para a Sustentabilidade.
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