'Acredito que o dólar vai se acomodar', afirma Haddad
Do UOL,, em São Paulo (SP)
18/12/2024 12h55
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (18) acreditar que o câmbio "vai se acomodar". Ele afirma que tem conversado com agentes financeiros e ouvido previsões melhores do que as apresentadas por "especuladores".
O que aconteceu
Haddad afirma que incertezas provocaram a valorização do dólar. "Nós temos o câmbio flutuante que, nesse momento em que as coisas estão pendentes, tem um clima de incerteza que vai fazer o câmbio flutuar", avalia ao citar a recente disparada da moeda norte-americana ante o real.
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Ministro diz acreditar que o câmbio "vai se acomodar". Ele afirma que a avaliação é oriunda de debates com agentes do mercado financeiro sobre o cenário para 2025. "Nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que a que os especuladores estão fazendo", avalia.
Banco Central e Tesouro Nacional atuam para conter alta do dólar. "Vamos continuar acompanhando até estabilizar", garantiu Haddad ao fazer referência aos leilões de US$ 12,7 bilhões promovidos pela autoridade monetária nos últimos quatro pregões e a recompra de títulos realizada pelo Tesouro Direto.
Ele não descarta eventuais especulações por trás da alta da moeda. Ainda assim, Haddad diz preferir "trabalhar com os fundamentos" para mostrar o compromisso com as normas do arcabouço fiscal para estabilizar a cotação do dólar, que renovou o maior nível dos últimos 30 anos nas últimas sessões.
Não estou querendo fazer juízo sobre isso, porque a Fazenda trabalha com os fundamentos, e esses movimentos mais especulativos, eles são coibidos com a intervenção do Tesouro e Banco Central.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
"Estamos fazendo a nossa parte", afirma Haddad. Questionado sobre o mal humor do mercado financeiro com a desidratação do pacote de ajuste fiscal, o ministro garante que a atuação do governo está focada no reforço do arcabouço fiscal. Ele afirma que vai ser reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir a tramitação das medidas.
O Orçamento depende dessas medidas para ficar organizado de maneira a respeitar os limites orçamentários previstos nas regras fiscais.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Haddad nega que o assunto está encerrado. O ministro da Fazenda avalia que novos debates serão necessários após a aprovação do ajuste fiscal. "Não é um trabalho que se encerra", afirma o ministro da Fazenda. Ele voltou a criticar as renúncias com a desoneração da folha de pagamentos e o Perse (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos) e diz ser necessário encontrar uma compensação para as perdas.
Ministro comemorou a aprovação da reforma tributária. Haddad agradecei aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e enalteceu o desempenho de Bernard Appy, secretário extraordinário da reforma tributária, para a aprovação da proposta. "Foi um feito histórico, depois de mais de 30 anos de espera", analisou.
Durante dois anos, eu não saberia dizer o número de horas que ele [Appy] trabalhou em todos os setores da economia, com todos os políticos, de todos os partidos, para convencer de que nós tínhamos um caminho e precisávamos superar a anarquia tributária que estávamos vivendo.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda