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Mercado despertou para situação insustentável no Brasil, diz ex-ministro

Do UOL, em São Paulo

18/12/2024 13h16

Com pacote de ajuste fiscal enfraquecido e cotação do dólar em alta, o mercado financeiro despertou para situação insustentável no Brasil, analisou o economista e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega no UOL News, do Canal UOL, nesta terça-feira (18).

Eu diria que o mercado despertou definitivamente, e o governo reforça com as declarações da Gleisi Hoffmann [presidente do PT] e do Lula que essa é a visão do governo.

Ou seja, o presidente disse na entrevista ao Fantástico: 'tudo no Brasil está certo, exceto o Banco Central'. Qual é o sinal que ele emite? ''Não entendo nada disso, eu estou achando que o mercado está contra mim, o mercado está contra o governo'.

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Não, o mercado está receoso de perder dinheiro.
Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda

Nóbrega se refere à entrevista concedida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em que ele reclama do mercado, que tem reagido, de forma negativa, ao pacote de ajuste fiscal sugerido por seu governo. Após a desidratação dos cortes de gastos, no Congresso, o dólar ultrapassou a barreira dos R$ 6 pela primeira vez na história. Na entrevista, Lula atacou agentes financeiros e disse que eles "não têm que se preocupar com os gastos do governo".

Quando existe uma súbita elevação do dólar ou do juros futuros, os participantes do mercado, que apostaram no governo, apostaram no arcabouço fiscal, começam a perder dinheiro. Porque isso é uma mudança nos parâmetros. O mercado perde referência. É um ambiente de incerteza total.

Então, os bancos, as financeiras, as pessoas jurídicas e físicas que estão perdendo dinheiro, eles começam a desmontar suas posições.

Então, se estava vendida, passa a ficar comprada. E isso acentua a pressão para o dólar aumentar e os juros futuros empinarem. Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda

Dólar bate novo recorde

Nesta terça (17), o BC (Banco Central) divulgou a ata com as motivações que resultaram na alta de 1 ponto percentual da taxa Selic, de 11,25% ao ano para 12,25% ao ano. No documento, os diretores da autoridade monetária defendem o compromisso de direcionar a inflação para a meta e projetam os juros básicos em 14,14% ao ano em março de 2025.

Após a divulgação, o dólar ampliou a alta para R$ 6,20, seu recorde histórico. Nesta quarta, a moeda americana continua elevada e atinge R$ 6,19. Às 13h04, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, caía 1,71%, a 122.561,26 pontos.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

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