Brasil cria 2,2 milhões de empregos formais até novembro, mostra Caged

O Brasil registrou 106.625 novos postos de trabalho com carteira assinada em novembro, segundo dados Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os valores foram apresentados nesta sexta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Como foi o Caged

O mercado de trabalho apresentou saldo positivo em novembro de 2024. Foram criados 106.625 novos postos de trabalho, fruto de 1.978.371 admissões e 1.871.746 desligamentos.

O saldo dos últimos 12 meses apresentou crescimento expressivo. Entre dezembro de 2023 e novembro de 2024, o mercado de trabalho registrou saldo positivo de 1.772.862 postos, um avanço de 22,2% em relação ao mesmo período anterior, quando o saldo foi de 1.450.778. No acumulado de janeiro a novembro de 2024, verificou-se um saldo positivo de 2.224.102. Este valor foi superior ao verificado no mesmo período de 2023 que também teve um saldo positivo, mas de 1.914.467.

Comércio e serviços lideraram os setores com saldos positivos. O comércio gerou 94.572 vagas e os serviços, 67.717. Por outro lado, a indústria (-6.678), a agropecuária (-18.887) e a construção (-30.091) registraram perdas, influenciadas por fatores sazonais.

São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul se destacaram entre os estados. Essas unidades da federação tiveram os maiores saldos positivos: São Paulo (+38.562), Rio de Janeiro (+13.810) e Rio Grande do Sul (+11.865). Ao todo, 21 das 27 Unidades Federativas apresentaram crescimento no saldo de empregos.

Os empregos típicos foram maioria, mas contratos temporários ganharam espaço. Dos postos gerados, 74,6% foram típicos e 25,4% não típicos, com destaque para os contratos temporários, que somaram 22.368 novas oportunidades.

No acumulado do ano, o saldo é positivo em todos os grandes setores e estados. Até novembro de 2024, o Brasil registrou um saldo acumulado de 2.224.102 postos de trabalho, com crescimento em todos os cinco grupamentos econômicos e em todas as unidades da federação.

Salários

O salário médio de admissão registrou queda em novembro. O valor foi de R$ 2.152,89, representando uma redução de R$ 7,40 (-0,34%) em relação a outubro, quando era de R$ 2.160,28.

Na comparação anual, houve ganho real no salário médio. Em relação a novembro do ano anterior, o salário médio apresentou alta de R$ 27,34, o que equivale a um aumento real de 1,29%.

Trabalhadores típicos tiveram salários superiores à média. Para esse grupo, o salário médio real de admissão foi de R$ 2.194,87, um valor 2% maior que a média geral registrada em novembro.Os salários dos trabalhadores não típicos ficaram abaixo da média. Esse grupo teve um salário médio de R$ 1.865,19, valor 15,2% inferior à média geral do período.

Continua após a publicidade

Setores

Todas as grandes atividades econômicas registraram saldos positivos no acumulado de 2024. O desempenho variou entre os setores, com destaque para Serviços, Indústria, Comércio, Construção e Agropecuária.

O setor de Serviços liderou o crescimento do emprego formal. Foram gerados 1.184.652 postos de trabalho (+5,36%), com destaque para atividades como Informação, Comunicação, Finanças e Administração (+507.680), além de Saúde, Educação e Serviços Sociais (+352.873).

A Indústria apresentou saldo expressivo ao longo do ano. O setor criou 422.680 vagas, impulsionado pela Fabricação de Produtos Alimentícios (+85.969), Veículos Automotores (+35.217) e Produtos de Borracha e Plástico (+32.404). Em comparação ao mesmo período de 2023, houve acréscimo de 184.157 vagas.

O Comércio registrou saldo positivo liderado pelo varejo. O setor gerou 358.786 empregos, com destaque para Supermercados (+34.416), Farmácias (+18.262) e Hipermercados (+17.521).

A Construção civil manteve resultados sólidos em 2024. Foram criados 200.613 postos, com elevações expressivas em Edificações (+67.586), Manutenção Elétrica (+21.697) e Infraestrutura Rodoviária e Ferroviária (+15.353).

A Agropecuária encerrou o período com saldo positivo. O setor gerou 57.436 vagas, puxadas pelo cultivo de Cana-de-Açúcar (+6.011) e Soja (+4.330), refletindo sua contribuição para o mercado de trabalho formal.

O que é o Caged

O indicador mede o andamento do mercado formal. Divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados recebe relatórios das empresas para definir a quantidade de contratações e demissões com carteira assinada no Brasil.

Informações do Caged são coletadas pelo eSocial. O sistema que unifica as informações de trabalhadores e empresas. A adoção extinguiu o modelo antigo para a coleta das informações e resultou na criação do Novo Caged, que traz as estatísticas do mercado formal de trabalho desde janeiro de 2020.

Continua após a publicidade

Caged usa metodologia diferente da Pnad, do IBGE. Ainda que ambos os indicadores tragam informações sobre o mercado formal, as divulgações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) são mais completas e definem o nível de desemprego. A base da pesquisa é movimento do mercado dento de um intervalo de três meses.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.