EUA: mais sanções à Rússia e inflação a 2%, diz novo secretário do Tesouro

O secretário do Tesouro do novo governo de Donald Trump, nos Estados Unidos, disse que apoia "100%" o aumento das sanções ao petróleo vindo da Rússia, caso essa seja a decisão do governo, e que o dólar deve continuar sendo a "moeda reserva do planeta".

Scott Bessent passou por uma sabatina no Senado nesta quinta-feira (16) e falou sobre os principais temas que norteiam a próxima gestão, que toma posse na segunda-feira (20).

O que aconteceu

Scott Bessent, 62, é fundador do Key Square Group e foi escolhido por Trump para ser o novo Secretário do Tesouro em novembro passado. O cargo é o equivalente ao de ministro da Fazenda no Brasil. Bessent precisou ir ao Comitê de Finanças do Senado para ser sabatinado, um procedimento padrão. Ainda é necessária uma aprovação dos senadores para a nomeação definitiva.

Bessent acredita que as sanções do governo de Joe Biden à Rússia "não foram abrangentes o suficiente". Ao falar sobre a guerra na Ucrânia, Bessent disse que se trata de "uma grande tragédia", e que negociações para a paz precisam ser feitas urgentemente.

Se o presidente Trump solicitar como parte de sua estratégia para acabar com a guerra na Ucrânia, estarei 100% a bordo para aumentar as sanções a níveis que levariam a Federação Russa à mesa de negociações
Scott Bessent, indicado por Trump à Secretaria de Tesouro dos Estados Unidos

Economia interna

"Calamidade econômica" se a reforma tributária aprovada em 2017 não for renovada. O Congresso dos Estados Unidos aprovou a mudança há oito anos e expiram em 2027. Empresas tiveram redução dos impostos em geral de 35% para 20% e outros benefícios. Bessent disse que as medidas precisam continuar do jeito que foram aprovadas em 2017 para evitar um baque econômico.

Executivo acredita que inflação vai ficar dentro da meta de 2%. "Acredito que o presidente Trump tem uma oportunidade para inaugurar uma nova era de ouro econômica que criará empregos, riqueza e prosperidade para todos os americanos", defendeu Bessent ao falar que a inflação será reduzida no novo plano econômico.

Dólar deve continuar sendo a moeda reserva do mundo. O indicado ao Tesouro dos EUA não deu mais detalhes, mas disse que o governo americano deve assegurar que isso continue acontecendo.

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Taxa de importações e independência do Fed

Taxar importações não traria consequências diretas ao consumidor do país. "Com 10% de tarifas, a China continuará a exportar, com reduções de custos", disse. Ele não citou se haverá taxações diferentes para os países.

Ainda sobre o tema, Scott Bessent disse que o povo norte-americano e os parlamentares devem observar a taxação de produtos importados de três formas. "Uma é remediar práticas de comércio, como taxas sobre aço da China. Tarifas também servem para aplicação geral, a fim de aumentar receitas. Elas também são importantes para substituir sanções para conter crises, como a do fentanil vindo do México", afirmou.

Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) deve permanecer independente. O indicado para o Tesouro disse que é imprecisa a opinião de que Trump acha que deve ter influência nas decisões de política monetária. "Acho que nessas decisões, o Comitê Federal de Mercado Aberto deve ser independente", pontuou.

*Com informações da Reuters e Estadão Conteúdo

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