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Airbus e Boeing querem aumentar produção de aviões com peças de plástico

20.jul.2022 - Aeronave Boeing 737 Max durante uma exibição no Farnborough International Airshow, em Farnborough, Reino Unido - Peter Cziborra/Reuters 20.jul.2022 - Aeronave Boeing 737 Max durante uma exibição no Farnborough International Airshow, em Farnborough, Reino Unido - Peter Cziborra/Reuters
20.jul.2022 - Aeronave Boeing 737 Max durante uma exibição no Farnborough International Airshow, em Farnborough, Reino Unido Imagem: Peter Cziborra/Reuters

Colaboração para o UOL

26/03/2025 15h56

As duas maiores fabricantes de aviões do mundo planejam substituir suas séries Airbus A320 e Boeing 737 com novos materiais plásticos para aumentar a produção com ajuda de robôs.

O que aconteceu

Airbus e Boeing anunciaram que estão pesquisando novas maneiras de construir os aviões do futuro. Atualmente, as aeronaves são montadas majoritariamente com alumínio; algumas recebem compósitos para aprimorar o desempenho de combustível.

O objetivo é ampliar a capacidade de produção. Inicialmente, as fábricas pretendem entregar 80 aviões por mês. Isso é mais do que o dobro da remessa atual da Boeing e acima da meta da Airbus de 75 por mês. A longo prazo, as entregas poderiam chegar a 100 unidades cada. A projeção foi feita por executivos na conferência JEC World em Paris, segundo a Reuters.

Compósitos são a grande aposta do setor aeroespacial. Esse tipo de produto é criado a partir da combinação de diferentes materiais para oferecer maior resistência. A mistura mais popular na indústria inclui fibra de carbono, fibra de vidro ou fibra de aramida com uma matriz, como resina epóxi.

Os primeiros aviões com compósitos foram construídos na década de 1970. A grande novidade é que as empresas pretendem usar o material em uma taxa nunca vista antes — e aplicando um método inédito.

A técnica atual cria um material conhecido como termofixo. O processo mantém a forma e resistência mesmo depois de curado em autoclaves, que são fornos de esterilização a vapor sob alta pressão e temperatura.

O novo sistema pretende acelerar o tempo de cura do material. Nesse cenário, os termoplásticos substituiriam estruturas de alumínio, podendo ser reaquecidos e remodelados mais facilmente. A mistura também levaria resina, matéria-prima comum em barcos. "É uma abordagem de menor risco, mas tem muito potencial", disse Randy Wilkerson, que representou a Boeing no evento para apresentar o projeto HiCAM feito em parceria com a Nasa.

Peças de termoplástico podem ser soldadas com ultrassom. Assim, não haveria necessidade de rebites, o que reduz o peso, ou de autoclaves, economizando energia e tempo nas linhas de produção. "Não há dúvida de que os materiais termoplásticos oferecem oportunidades que não temos com os termofixos", disse York Roth, um dos principais pesquisadores da Airbus na Alemanha, na conferência.

O principal obstáculo seria a certificação. Os executivos ponderaram que a substituição de fixadores físicos de titânio para a soldagem de estruturas de aeronaves não tem data para ocorrer, mas abre caminho para novos aprendizados em um setor abalado por crises na cadeia de suprimentos.


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