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Bitcoin: volatilidade é normal com incerteza pós-tarifaço, diz especialista

Do UOL, em São Paulo

07/04/2025 19h21

A volatilidade nos preços do bitcoin e de outras criptomoedas é vista como algo normal diante da incerteza levantada após anúncio de tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a parceiros comerciais estratégicos, afirmou Samir Kerbage, especialista no setor, durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL.

A gente está vivendo um período de incerteza, e o mercado, em geral, não gosta de incerteza. Eu acho que essa intervenção do Trump seja um dos maiores choques na economia desde 2008, talvez, no mesmo nível, na mesma proporção da crise da covid-19. Ele está tentando reorganizar as cadeias do mundo, favorecendo os Estados Unidos.

Isso está causando uma incerteza muito grande, uma volatilidade nos ativos de risco. E o bitcoin é uma classe de ativos de risco. Ele ainda está em seu processo de maturação. Então, é normal a gente ver essa volatilidade nesse momento de incertezas. Samir Kerbage, especialista em criptomoedas

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Na semana passada, Trump anunciou um "tarifaço" global sobre impostos cobrados das importações, com outros produtos brasileiros sendo taxados em ao menos 10%. A data foi nomeada pelo republicano como o "dia de libertação". Os mercados mundo afora entraram em colapso, Bolsas despencaram e investidores ficaram assustados. E as criptomoedas (com a sua já tradicional volatilidade) não escaparam do caos.

A comunidade cripto foi uma das principais aliadas de Trump durante as eleições do ano passado, diante da promessa do republicano em criar uma reserva nacional estratégica, elaborar um conselho consultivo presidencial e tornar os EUA num país de referência para a adoção em massa das criptomoedas.

Com investidores eufóricos, o bitcoin deu um salto de US$ 61 mil para US$ 74 mil no dia do resultado em que Trump foi anunciado como novo presidente dos EUA. A criptomoeda continuou subindo de forma meteórica à medida que se aproximava da posse de Trump. O seu valor chegou ao recorde de US$ 109 mil. De lá para cá, no entanto, foi queda livre: hoje, o bitcoin está valendo US$ 79,2 mil (às 18h50, horário de Brasília).

Apesar do momento delicado, Kerbage disse ao Canal UOL que a reorganização do tabuleiro feita por Trump deve favorecer o bitcoin a longo prazo.

Essa mudança geopolítica promovida pelo Trump, essa vontade de reorganizar o tabuleiro global, vai gerar a necessidade. A gente vai ver o mundo mais multipolar, mais fragmentado, em que as pessoas terão de escolher basicamente qual reserva de valor vão utilizar: se vão utilizar a moeda dos Estados Unidos, da China ou a moeda da internet, no caso o bitcoin.

Então, essa mudança geopolítica é superfavorável ao bitcoin e tende a acelerar essa tese do bitcoin. Samir Kerbage, especialista em criptomoedas

Outras criptomoedas também desabaram

A política econômica adotada de Trump —alinhada a outros fatores— também contribuíram para a queda dos preços da Ethereum, a segunda maior criptomoeda por valor de mercado, e da Solana, a quarta.

A Ethereum chegou a ser negociada a US$ 3.299 no dia da posse de Trump, no dia 20 de janeiro. Hoje, a criptomoeda custa U$$ 1.566. Já a Solana custava US$ 268 naquele dia. Atualmente, a cripto é negociada a US$ 107.

Ex-embaixador: Espero que discursos de Lula sejam feitos pelo Itamaraty

Em meio à tensão com os Estados Unidos, o ex-embaixador Rubens Barbosa disse esperar que os discursos do presidente Lula (PT) sejam realizados pelo Itamaraty no encontro da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) para não se correr riscos. A declaração foi feita hoje durante entrevista ao UOL News.

Eu espero que os discursos sejam feitos pelo Itamaraty, porque, se não forem feitos pelo Itamaraty, corremos o risco de ouvir coisas... Rubens Barbosa, ex-embaixador do Brasil na Inglaterra

Lula viaja amanhã à Tegucigalpa, capital de Honduras, para o encontro da cúpula formada por 33 países da região. A expectativa do Itamaraty é que o bloco realize um debate amplo sobre todos os temas da atualidade. No final, deve ser publicada uma declaração conjunta.

O encontro da Celac ocorre no contexto de forte tensão na região em meio ao endurecimento das políticas econômicas e a elevação de tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A maior parte dos países da América Latina —entre eles, Brasil, Argentina, Peru e Chile— terá a tarifa mínima de 10% a importações de seus produtos, mas outros, como Guiana (76%) e Nicarágua (36%), não escaparam do baque.

Sakamoto: Malafaia chama generais de frouxos para emparedar Moraes

O pastor Silas Malafaia, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), chamou generais de "frouxo" para emparedar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, afirmou hoje o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News.

O pastor é um homem extremamente inteligente, organizou todos esses eventos, é uma pessoa que sabe se localizar e se locomover pelos diferentes governos, ou seja, não é burro.

Mas ele acaba ofendendo a nossa inteligência quando, no final de uma frase violenta, está sim conclamando os generais com quatro estrelas a se manifestarem, mas dizendo 'não é para dar golpe, é só para pressionar'. Gente, me desculpa, mas se você pega generais —que têm tanques e batalhões a sua disposição— para se manifestarem contra decisões do STF, isso aí não é golpe? Leonardo Sakamoto, colunista do UOL

Durante o ato de apoio a Bolsonaro, realizado ontem na avenida Paulista com 45 mil pessoas, Malafaia fez críticas a generais do alto comando do Exército, chamando-os de "cambadas de frouxos", "covardes" e "omissos". Segundo o religioso, os militares não honram a farda que vestem. No fim do seu discurso, Malafaia minimizou as palavras dizendo que "não é para dar golpe, não, é para marcar posição".

Como foi o ato?

O ex-presidente Jair Bolsonaro reuniu aliados e apoiadores em uma manifestação ontem, na avenida Paulista, com um público estimado pelo Monitor do Debate Político, vinculado à USP e ao Cebrap, em 45 mil pessoas.

O político fez um discurso de 25 minutos para reforçar a pressão pelo projeto que anistia os réus do 8 de janeiro, e defendeu também a própria inocência e uma eventual candidatura nas próximas eleições.

O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h, com apresentação de Fabíola Cidral, e às 17h, com Diego Sarza. Aos sábados, o programa é exibido às 11h e 17h, e aos domingos, às 17h.

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Veja a íntegra do programa:

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