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Estamos tentando acertar onde erramos, diz Lemann, acionista das Americanas

Jorge Paulo Lemann - Folha de S.Paulo Jorge Paulo Lemann - Folha de S.Paulo
Jorge Paulo Lemann Imagem: Folha de S.Paulo

Do UOL, em Boston*

12/04/2025 17h51Atualizada em 12/04/2025 21h09

O bilionário Jorge Paulo Lemann, sócio do 3G Capital e um dos principais acionistas das Americanas, disse que ele e seus sócios estão "tentando acertar agora" nos pontos em que houve problemas em suas empresas. Ele falou durante a Brazil Conference, que ocorre neste fim de semana em Harvard e no MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Boston, nos Estados Unidos.

O que ele disse

Primeiros 30 anos foram melhores do que os últimos sete. Ao comentar sobre os negócios, Lemann disse: "as coisas que não fizemos certo estamos tentando fazer certo agora."

O bilionário também afirmou que está focado em melhorar as empresas que não estão indo tão bem. "Quero fazer as empresas em eu estou envolvido continuarem a ter sucesso. Algumas delas estão indo bem, algumas podem ir melhor. Estou tentando melhorá-las", afirmou.

Lemann ponderou ainda que a remuneração aos executivos talvez tenha sido "excessiva". "Sempre pagamos a mais, tentando incentivar as pessoas, talvez de forma excessiva. Ainda estamos descobrindo o que é o ideal."

"Tentamos ter certeza que a compensação dos executivos é equivalente ao que os investidores estão ganhando, para não ter executivos fazendo muito dinheiro e investidores não ganhando nenhum dinheiro. É a nossa orientação básica", afirmou.

Ele não citou nominalmente as Americanas em nenhum momento. A varejista, da qual ele é um dos principais acionistas, está em recuperação judicial desde 2023, após a revelação de uma fraude bilionária. No início de abril 13 ex-executivos das Americanas foram denunciados pelo MPF (ministério Público Federal).

Momento global, com guerra de tarifas, está muito "bagunçado". Ao comentar o cenário global, com as tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump, Lemann disse que o momento está muito "bagunçado" para o seu gosto. "Eu acho que as coisas estão muito bagunçadas para o meu gosto, acredito em disrupção, em balançar as coisas, mas acho que estão balançando demais. Não sabemos o desfecho disso. Vai ficar tudo bem, mas não sabemos por quanto tempo a incerteza vai durar", disse.

A jornalista viajou a convite da Brazil Conferece.


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