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Petróleo e Xi Jinping ajudam Bolsa a fechar em alta, dólar cai

Lílian Cunha

Colaboração para o UOL

11/04/2025 09h30Atualizada em 11/04/2025 18h31

A Bolsa de Valores de São Paulo subiu nesta sexta-feira (11), com a recuperação internacional do preço do petróleo. O Ibovespa teve alta de 1,05%, a 127.682 pontos. Na semana, o índice ficou no azul em 0,38%, apesar de toda tensão com a guerra comercial das tarifas.

O dólar comercial caiu 0,46%, para R$ 5,871. O turismo seguiu a queda, com baixa de 0,50%, para R$ 6,105, com o câmbio também sendo influenciado pela alta de 2,50% no preço do petróleo tipo Brent, um dos principais produtos de exportação do Brasil

O que aconteceu

Durante a semana, o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez cair o preço internacional do petróleo. A possibilidade de haver uma recessão global, causada pela guerra das tarifas, pode trazer recessão não só nos Estados Unidos, como também na China e em outros países. Com isso, a expectativa de demanda pelo combustível poderia cair, o que derrubou os preços até ontem, quinta-feira (10).

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Mas hoje houve uma pequena recuperação. O motivo foram falas do secretário de Energia dos Estados Unidos, Chris Wright, dizendo que os EUA podem interromper as exportações de petróleo do Irã. Essa interrupção poderia atingir a oferta do óleo no mundo e assim, as cotações do petróleo subiram nesta sexta.

Com isso, a ação mais negociada do dia foi a preferencial da Petrobras (PETR3 e PETR4). O papel PETR4 teve alta de 2,88%, para R$ 32,13, conforme dados preliminares. Na sessão anterior, ações da estatal haviam recuado 6,5%. E, desde que Trump anunciou seu tarifaço, no dia 2 até ontem, a perda de valor de mercado da companhia chegou a US$ 88 bilhões.

As declarações do líder chinês, Xi Jinping, de que "não há vencedor numa guerra de tarifas" e de que "ir contra o mundo levará ao isolamento" também ajudaram a fazer os investidores se acalmarem. As declarações foram dadas durante encontro com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, em visita a Pequim. "O mercado passou a nutrir esperanças de um acordo entre Estados Unidos e China", disse Bruno Benassi, analista de ativos da corretora Montebravo.

Altas e baixas

Uma das maiores altas do dia foi a da SLC Agrícola (SLCE3), que fechou com ganhos de 5,37%, a R$ 20, conforme dados preliminares. A notícia de que a China já está acelerando a compra de soja brasileira como meio de evitar a produção dos Estados Unidos impulsionou a ação, ligada ao setor.

Na outra ponta, ações da Suzano (SUZB3) e Klabin (KLBN11) estavam entre as maiores quedas do dia. SUZB3 caiu 1,34%, para R$ 51,54 e KLBN11 teve baixa de 0,99%, para R$ 18,03, conforme dados preliminares. "Esses papéis são impactados pela desvalorização do dólar frente ao real, o que tende a reduzir a receita em reais das exportadoras e também pela queda recente no preço da celulose no mercado internacional", disse Christian Iarussi, especialista em investimentos e sócio da The Hill Capital.


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