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Mercedes-Benz afasta 1.500 funcionários por até 5 meses no ABC

Linha de montagem de caminhões da Mercedez-Benz, em São Bernardo do Campo (SP) - Folha Imagem
Linha de montagem de caminhões da Mercedez-Benz, em São Bernardo do Campo (SP) Imagem: Folha Imagem

30/05/2012 09h10

A fabricante de ônibus e caminhões Mercedes-Benz decidiu suspender o contrato de trabalho de 1.500 funcionários de sua fábrica em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, durante o prazo máximo de cinco meses, em meio à queda nas vendas de veículos comerciais registrada no país após o recorde de 2011. 

Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o "lay off" é adotado pela primeira vez no país e surge depois que as vendas de caminhões da montadora despencaram 25 por cento em abril contra março e 19,6 por cento na comparação com o mesmo período do ano passado. O período de afastamento vai de 18 de junho a 17 de novembro. 

O presidente do sindicato, Sérgio Nobre, informou em comunicado divulgado no final da terça-feira que "o lay off foi o melhor caminho encontrado para evitar demissões na Mercedes-Benz". Durante a suspensão dos contratos, os trabalhadores têm ganho mensal e têm direitos trabalhistas preservados, segundo a entidade. 

A suspensão dos contratos na fábrica que emprega 13 mil trabalhadores, dos quais 9 mil em linha de produção, ocorre depois que a empresa anunciou em julho passado a contratação de 950 funcionários para reforçar o terceiro turno da unidade. 

Nos quatro primeiros meses do ano, as vendas de caminhões no país caíram 8,1% sobre igual período do ano passado, para 48.745 unidades. A produção despencou 30,3%, a 42,9 mil veículos. 

As quedas ocorreram em meio à mudança no regime de emissões de poluentes no Brasil para o padrão Euro 5, que exigiu novos motores que encareceram o preço dos veículos e provocou acúmulo de estoques de modelos fabricados no ano passado com motorização anterior, Euro 3. 

(Por Alberto Alerigi Jr.)