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Petrobras repassará aumento de impostos sobre gasolina e diesel

20/01/2015 07h10

SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras informou na noite de segunda-feira (19) que repassará a elevação do PIS/Cofins e da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre o preço da gasolina e diesel nas refinarias, ficando o preço líquido para a companhia inalterado.

A petroleira se posicionou após o governo ter anunciado na véspera pacotes de medidas fiscais com a expectativa de elevar a arrecadação em R$ 20,63 bilhões em 2015, incluindo alterações nos tributos sobre derivados do petróleo.

Em nota a clientes, analistas do BTG Pactual pontuaram que os aumentos deverão impactar o preço da gasolina realizado pela Petrobras em cerca de 15% e o diesel em 9%. Para os consumidores, a projeção é de uma elevação nas bombas de 7,5% na gasolina e 6,5%.

Por decreto, o governo tributará a gasolina em R$ 0,22 e o diesel em R$ 0,15 por litro a partir de 1º de fevereiro via PIS/Cofins. A partir do início de maio, esses valores por litro serão divididos entre o PIS/Cofins e a Cide.

Para mercado, anúncio é positivo, mas balanço ainda preocupa

"O anúncio representa uma mudança muito relevante no comportamento do governo brasileiro. Ele sinaliza não apenas um nível de preocupação muito menor com a inflação (que tinha sido tão prejudicial para a Petrobras no passado), mas parece também querer transmitir uma mensagem de que a Petrobras realmente vai se comportar e ser tratada como uma companhia mais independente", assinalou a equipe do BTG liderada por Gustavo Gattass.

Por outro lado, os analistas do banco ressalvaram que a investida não diminui a preocupação com o balanço da estatal, diante da necessidade de caixa para a companhia fazer frente a seu vultoso plano de investimentos.

"Ainda que seja um movimento positivo, não acreditamos que a manutenção de estabilidade nos preços (líquidos) e a entrega de avanço expressivo na produção sejam suficientes para colocar o balanço da companhia de volta em forma", afirmaram.

A equipe da XP reforçou em relatório que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, deu mostras de se preocupar mais com a Petrobras do que com a inflação em face das novidades no fronte fiscal.

"Porém vale a ressalva que se houver preocupação com o cumprimento da meta (de inflação) mais para frente no ano, podemos ver uma redução de preços de combustíveis", escreveu o analista Ricardo Kim, acrescentando que o aumento dos tributos é positivo para Cosan e São Martinho, por elevar o apelo do etanol junto aos consumidores.

(Por Marcela Ayres)