Bolsa fecha em alta com Petrobras e data para pacote; dólar fica estável

A Bolsa de Valores de São Paulo fechou em alta nesta sexta-feira (22). O dólar terminou o dia em estabilidade, com ligeiro aumento.

Os investidores repercutiram positivamente os dividendos da Petrobras (PETR3 e PETR4), que impulsionaram o avanço da Bolsa. O possível anúncio do pacote de corte de gastos na semana que vem também ajudou.

No câmbio, a situação internacional faz a moeda voltar a subir. Mas a expectativa pelas medidas de contenção do orçamento acabaram segurando um avanço maior da divisa.

O que aconteceu

A Bolsa de Valores de São Paulo teve alta de 1,74%, acumulando ganho de 0,91% na semana. O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, valorizou para 129.125 pontos.

O dólar comercial fechou o dia com eleve ganho de 0,05%, vendido a R$ 5,814. O turismo teve avanço de 0,05%, para R$ 6,041.

Petrobras impulsiona Ibovespa

Na noite de quinta (21), a Petrobras aprovou o pagamento de dividendos extraordinários no valor de R$ 20 bilhões. Dividendos extraordinários são os proventos que a empresa paga além dos trimestrais que ela divide regularmente com os acionistas.

Os R$ 20 bilhões equivalem a R$ 1,55 por ação ordinária e preferencial da companhia. Desse montante, R$ 15,6 bilhões vêm da reserva de remuneração e capital da estatal, como dividendos intermediários, e os R$ 4,4 bilhões restantes têm relação com os chamados dividendos intercalares

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Os dividendos da estatal, além de provocar uma ida de investidores para a Bolsa, dão uma folga para as contas públicas. A União detém 28,67% do capital da empresa e receberá R$ 5,7 bilhões, que serão considerados como receita primária, divulgou a LCA Consultores.

Com tudo isso, as ações da petroleira tiveram uma boa alta e impulsionam o Ibovespa. Com peso de 11,86% no índice, os papéis da empresa subiram 5,09%, para R$ 43,18, no caso de PETR3, e 3,61%, para R$ 39,28, para PETR4, conforme dados preliminares.

No ano, apesar de todo vai e vem, os papéis da petroleira estão no positivo, com ganhos. Enquanto o Ibovespa acumula queda de 3,67%, as ordinárias PETR3 avançaram 23,97%, enquanto as preferenciais acumulam ganhos de 19,17%, conforme dados preliminares e informações da Economatica.

A empresa também anunciou que seu Plano Estratégico 2025-2029 terá investimento menor. Para 2025, o plano é de US$ 18,5 bilhões, queda de 11,9% ante os US$ 21 bilhões previstos para o período no último plano.

Para todo o período 2025-2029, a estatal estima investimentos de US$ 111 bilhões. No período anterior havia sido de US$ 102 bilhões, com planejamento até 2028. Ou seja, houve aumento de 8,8%.

O plano, em si, não é surpresa para o mercado. "Os principais detalhes foram confirmados anteriormente pela empresa, e acreditamos que a maioria das mudanças já eram esperadas pelo mercado", publicou o Goldman Sachs. O valor dos dividendos, segundo o banco, veio um pouco abaixo do que se esperava, mas ainda em linha com as expectativas.

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E o dólar?

Mercado de câmbio está num momento de cautela e por isso ficou estável. No Brasil, os investidores estão mais prudentes porque segue a espera pelo anúncio do pacote de corte de gastos, que deve ser divulgado na segunda (25) ou terça-feira (26).

Ao fim da reunião de segunda-feira nós estaremos prontos para divulgar. Se faremos isso na própria segunda ou na terça é uma decisão que a comunicação vai tomar, mas os atos já estão minutados
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro afirmou na noite desta quinta-feira (21) que o governo federal será capaz de alcançar o resultado primário projetado para este ano. Portanto, não fará alterações na meta, sendo que o bloqueio de gastos para este ano deve superar R$ 5 bilhões.

Internacionalmente, a moeda americana continuou se valorizando no mundo todo, com os investidores procurando aplicações mais seguras. Além do dólar, o ouro também sob nesse cenário de tensão entre Rússia e Ucrânia. O ouro, por exemplo, passou de R$ 479 o grama na semana passada (15/11) para os atuais R$ 504.

Além disso, a busca pela moeda americana também é impulsionada pelo presidente eleito dos Estados Unidos. As propostas de Donald Trump são inflacionárias. Por isso, existe a previsão de que os juros americanos poderão subir em 2025. Isso atrai investidores para o Tesouro americano e consequentemente valoriza a moeda local.

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Com Agência Estado

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