China critica "chantagem" dos EUA após Trump fazer nova ameaça comercial
PEQUIM/WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifa de 10% sobre US$ 200 bilhões em bens chineses, e Pequim alertou que irá retaliar, em um rápido agravamento do conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.
A mais recente ação de Trump foi inesperadamente rápida e incisiva.
Leia também:
- Governo quer evitar que embargo chinês ao frango se torne definitivo
- Países da UE aprovam medidas contra tarifas dos EUA sobre aço e alumínio
- Para Trump, poder e valores importam menos que dólares e centavos
Foi uma retaliação, segundo ele, pela decisão da China de elevar as tarifas sobre US$ 50 bilhões em bens dos EUA, que foi tomada depois de Trump anunciar taxas similares sobre bens chineses na sexta-feira.
"Depois que o processo legal estiver finalizado, essas tarifas entrarão em vigor, se a China se recusar a mudar suas práticas e também se insistir em avançar com novas tarifas que anunciou recentemente", disse Trump em comunicado na segunda-feira (18).
As declarações derrubaram os mercados acionários globais e enfraqueceram tanto o dólar quanto o yuan nesta terça-feira (19). As ações de Xangai atingiram mínimas de dois anos.
O Ministério do Comércio da China disse que Pequim vai reagir com medidas "qualitativas" e "quantitativas", se os EUA publicarem uma lista adicional de tarifas sobre bens chineses.
"Tal prática de pressão extrema e chantagem diverge do consenso alcançado por ambos os lados em várias ocasiões", disse o ministério em comunicado.
"Os Estados Unidos iniciaram uma guerra comercial, violaram regulações de mercado e estão prejudicando os interesses não apenas do povo da China e dos EUA, mas do mundo."
Grupos empresariais dos EUA disseram que seus membros estão se preparando para uma reação do governo chinês que afetará todas as empresas norte-americanas na China, não apenas em setores que enfrentaram tarifas.