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Gol tem prejuízo de R$ 1,3 bi no 2º tri, pressionado por câmbio

Flavia Bohone

02/08/2018 09h00

SÃO PAULO, 2 Ago (Reuters) - A Gol informou nesta quinta-feira (2) que registrou prejuízo líquido depois da participação minoritária de R$ 1,326 bilhão no segundo trimestre, um aumento de 177,6% em relação à perda verificada um ano antes, pressionado pela variação cambial que pesou sobre o resultado financeiro do período.

Antes da participação de minoritários, o prejuízo líquido somou R$ 1,272 bilhão no período de abril a junho, um aumento do rombo de mais de 200% em relação à perda de R$ 409,5 milhões um ano antes, com margem líquida negativa de 54%.

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"A tradicional baixa temporada em viagens aéreas no Brasil foi particularmente desafiadora pela apreciação acelerada do dólar americano frente ao real e pela ruptura no equilíbrio de oferta da indústria que impactou a demanda do transporte aéreo", disse o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, em comunicado sobre do balanço trimestral.

O resultado financeiro ficou negativo em R$ 1,261 bilhão no segundo trimestre, pressionado principalmente pela perda com a variação cambial e monetária de R$ 1 bilhão. Um ano antes, o resultado financeiro foi negativo em R$ 425,3 milhões.

"Esse resultado foi decorrente da desvalorização do real em 16% incidentes sobre o saldo de dívida bruta de US$ 2 bilhões no nosso balanço patrimonial consolidado", disse o vice-presidente financeiro da Gol, Richard Lark, em vídeo divulgado pela empresa para comentar o resultado.

A receita operacional líquida do segundo trimestre subiu 9% em relação ao mesmo período do ano passado, somando R$ 2,354 bilhões.

O resultado operacional, medido pelo lucro antes de juros e impostos (Ebit), somou R$ 42,8 milhões no período, alta de 92,7% em relação ao mesmo período de 2017 e engatando o oitavo trimestre seguido de resultado operacional positivo. No período de abril a junho, a margem Ebit foi de 1,8%, ante 1% um ano antes.

Segundo Lark, o preço médio do combustível de aviação subiu 12,6% em relação ao primeiro trimestre, mas "a combinação de maiores tarifas, maior demanda e ganhos de R$ 36 milhões com hedge permitiram" o crescimento de 0,8 ponto percentual na margem Ebit.

Em relação ao preço dos combustíveis, Lark afirmou que a empresa possui hedge para cerca de 70% da exposição ao preço de petróleo para o restante deste ano.

Com o resultado do segundo trimestre, a Gol elevou sua estimativa para a despesa financeira líquida em 2018 para cerca de R$ 800 milhões, ante cerca de R$ 650 milhões na previsão anterior. Para 2019, a projeção foi mantida em cerca de R$ 500 milhões.

Às 10h47, as ações da Gol caíam 2,04%, enquanto o Ibovespa perdia 0,48%.

Projeções

A Gol manteve a estimativa de crescimento da oferta total entre 1% e 2% neste ano e entre 5% e 10% em 2019.

A projeção para margem operacional (Ebit) para este ano foi mantida em cerca de 11%. No entanto, para o próximo ano, a estimativa foi revisada para cerca de 12%, ante cerca de 13%.

A companhia aérea revisou ainda suas projeções para o resultado por ação diluído, prevendo agora para 2018 prejuízo entre R$ 1,20 e R$ 1, ante estimativa anterior de lucro de R$ 0,90 a R$ 1,10. Para 2019, a estimativa é de lucro entre R$ 1,50 e R$ 1,90, ante projeção anterior de ganho entre R$ 1,70 real e R$ 2,30.

A estimativa para o preço do combustível em 2018 passou a cerca de R$ 2,9 por litro, ante projeção anterior de cerca de R$ 2,5 por litro. Para 2019, a companhia aérea estima preço médio de combustível de R$ 2,9 por litro, acima da projeção anterior de R$ 2,6.

Smiles

Separadamente, a Gol informou que seu conselho de administração aprovou um contrato de compra e venda antecipada de passagens aéreas a ser firmado com a Smiles, por meio do qual a Smiles adquire novos créditos para utilização futura na aquisição de passagens aéreas de emissão da Gol. A compra antecipada consistirá em uma tranche de pagamento, com desembolso imediato pela Smiles no valor de até R$ 300 milhões.

Além disso, o conselho aprovou ainda o aumento de capital da Gol no valor de R$ 2,472 milhões, mediante a emissão de 331.418 ações, decorrentes do exercício de opções de compra de ações no âmbito do plano de opção de compra de ações aprovado em outubro de 2012. 

(Edição de Raquel Stenzel)

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