Sindicato pressiona montadoras de Detroit por oferta melhor e ameaça mais paralisações
Por Joseph White e Ben Klayman
DETROIT (Reuters) - O presidente do sindicato dos trabalhadores do setor automobilístico UAW, Shawn Fain, alertou nesta sexta-feira sobre mais paralisações nas montadoras de caminhões e utilitários esportivos dos EUA, a menos que as três montadoras de Detroit melhorem as ofertas de salários e benefícios, insistindo que as empresas podem pagar mais do que os pacotes recordes que estão na mesa.
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"Essas empresas extremamente lucrativas têm mais a oferecer", disse Fain.
Após cinco semanas de greve, Fain disse que o UAW recebeu novas ofertas de contrato da General Motors e da Stellantis, controladora da Chrysler, nas últimas 24 horas. A Ford fez sua mais nova oferta há mais de duas semanas.
Fain confirmou que as três grandes montadoras de Detroit convergiram em uma oferta de aumento salarial de 23% e fizeram progressos em outras questões. Mas ele disse aos membros do UAW que "ainda há mais a ser conquistado". A GM e a Ford afirmam que os aumentos adicionais já elevam suas ofertas de compensação total para mais de 30%.
Fain reconheceu que alguns membros do UAW querem votar as ofertas já apresentadas, mas pediu que eles não cedam ao "medo, incerteza, dúvida e divisão" que, segundo ele, foram semeados pelas empresas.
Ao alertar sobre possíveis greves ampliadas, Fain também disse aos membros do UAW que as negociações estavam chegando ao fim. "Essa é a parte mais difícil de uma greve", disse ele. "Logo antes de um acordo, é quando há o impulso mais agressivo para a última milha."
As ações da GM e da Ford fecharam em alta de cerca de 1% nesta sexta-feira, antes da fala de Fain.
O sindicato iniciou as negociações com uma demanda por um aumento salarial de 40%. As paralisações começaram nas três montadoras em 15 de setembro e agora mais de 34.000 membros do sindicato estão realizando as primeiras greves simultâneas do UAW contra as três montadoras de Detroit.