BB Seguridade vê retorno de sinistralidade de segmento rural à média histórica após mínima em 2023
SÃO PAULO (Reuters) -A BB Seguridade avalia que a sinistralidade do seguro rural em 2024 deve avançar em direção à média histórica de 69% depois de terminar 2023 no menor nível já registrado pela companhia, de 34%, afirmou o presidente-executivo interino do braço de seguros e previdência do Banco do Brasil, nesta segunda-feira.
A companhia divulgou mais cedo lucro líquido de 2,05 bilhões de reais para o quarto trimestre, crescimento de 13,7% sobre o desempenho de um ano antes.
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"Não é sustentável (34%). Não tem como manter. O seguro rural tem volatilidade bastante particular, deve ter convergência para a méda histórica", disse Rafael Sperendio, em entrevista a jornalistas.
Segundo o executivo, a sinistralidade, porém, não vai avançar em direção ao pico de 109% atingido em 2022. "Não deve ser esse o caso", afirmou.
Sperendio afirmou que a BB Seguridade vai ter uma visão mais clara sobre a sinistralidade do rural, um de seus principais produtos, ao longo do primeiro trimestre.
"No seguro agrícola nossa maior incerteza é associada ao tamanho da sinistralidade. O El Niño sensibilizou algumas áreas, com algumas em que houve replantio e outras com perdas acima da esperada...Por enquanto nenhum sinal de que a sinsitralidade fuja da média histórica", disse o executivo.
Segundo ele, neste ano a BB Seguridade pretende ter mais geração de prêmios no seguro rural com produtos novos que incluem seguro de animal vivo.
A companhia também pretende iniciar este ano testes com pagamento de criptomoedas para seguros. As moedas digitais ainda não foram definidas para o serviço.
"Não é nada de grande escala, é mais teste. Queremos estar posicionados quando a tecnologia ganhar mais espaço", disse o executivo.
A companhia também divulgou projeções para 2024, com a expectativa para resultado operacional não decorrente de juros apontando para crescimento de 5% a 10% após expansão ligeiramente acima da estimativa de 17,6% em 2023.
A BB Seguridade espera ainda ter crescimento de 8% a 13% nos prêmios emitidos pela unidade Brasilseg, ante alta de 8,9%, abaixo do previsto, em 2023, quando a expectativa era de expansão no intervalo de 10% a 15%.
A companhia afirmou também que prevê reservas de previdência avançando 8% a 12% este ano, após um 2023 em que a linha apresentou crescimento de 14,9%, acima do "guidance".
No quarto trimestre, os prêmios emitidos pela Brasilseg recuaram 1,2% sobre um ano antes, para cerca de 4 bilhões de reais, enquanto as despesas gerais e administrativas subiram 26%. O lucro líquido da unidade disparou 30,1% na comparação anual, a 1,11 bilhão de reais.
"Estamos bastante otimistas com nível de originação de crédito em especial no consignado...pretendemos ter um crescimento melhor (em seguros) de vida em 2024", disse Sperendio.
Questionado sobre o novo presidente-executivo, André Haui, que tomará posse em 20 de fevereiro, Sperendio disse não acreditar em "mudança profunda na estratégia de médio e longo prazos" da companhia.
(Por Alberto Alerigi Jr.)