Ibovespa ensaia melhora, mas Vale pressiona; Carrefour Brasil dispara após balanço
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa buscava uma melhora nesta terça-feira, apoiado principalmente em ações de bancos, com destaque para a alta de mais de 2% das preferenciais do Bradesco, mas a performance era pressionada pelo declínio dos papéis da Vale acompanhando a queda do minério de ferro na China.
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A temporada de resultados no Brasil também ocupava as atenções, com Carrefour Brasil disparando 8% após o balanço mostrar prejuízo líquido de 565 milhões de reais no quarto trimestre, mas Ebitda ajustado de 1,88 bilhão de reais.
Às 11:01, o Ibovespa subia 0,1%, a 129.168,02 pontos. Mais cedo, na mínima, chegou a cair a 128.326,04 pontos. Na máxima, chegou a 129.307,2 pontos. O volume financeiro somava 3 bilhões de reais.
Em Wall Street, os futuros acionários apontavam uma abertura negativa das bolsas norte-americanas na volta do fim de semana prolongado, conforme permanecem os ajustes de apostas em relação aos próximos passos do Federal Reserve, enquanto investidores aguardam a ata da última decisão de política monetária.
Ainda no exterior, a China anunciou nesta terça-feira uma redução de 25 pontos-base na taxa primária de empréstimos (LPR) de cinco anos, que foi a maior desde que ela foi adotada em 2019 e muito mais do que os analistas esperavam.
Em nota a clientes, economistas do Bradesco destacaram que o corte tem como objetivo impulsionar o mercado imobiliário chinês, mas investidores seguem receosos com sua eficácia na atividade chinesa e esse sentimento se refletiu na queda do preço do minério de ferro nesta sessão.
DESTAQUES
- ITAÚ UNIBANCO PN ganhava 1,09%, a 35,30 reais, enquanto BRADESCO PN subia 2,20%, a 13,95 reais. Analistas do Goldman Sachs elevaram a recomendação das ações do Bradesco para "neutra" ante "venda", e mantiveram o preço-alvo dos papéis em 14 reais, ponderando que ainda há um "longo caminho para a recuperação" do banco, mas que os riscos negativos provavelmente estão precificados. BANCO DO BRASIL ON tinha elevação de 1,37%, a 59,73 reais. Analistas do Citi cortaram o preço-alvo dos papéis para 67 reais, mas reiteraram "compra" para os mesmos.
- CARREFOUR BRASIL ON subia 7,93%, a 11,70 reais, mesmo após um prejuízo líquido de 565 milhões de reais no quarto trimestre, contra lucro de 426 milhões de reais um ano antes, em resultado afetado por custos decorrentes do fechamento de lojas físicas. O Ebitda ajustado, por sua vez, somou 1,88 bilhão de reais no trimestre, acima da média das projeções compiladas pela LSEG, que apontava 1,72 bilhão de reais. Analistas do Bradesco BBI afirmaram ver tendências subjacentes positivas nos resultados do Carrefour Brasil, bem como uma melhoria sequencial. No setor, ASSAÍ ON, que divulga seu resultado na quarta-feira, após o fechamento, era negociada em alta de 2,88%.
- VALE ON caía 2,16%, a 66,03 reais, afetada pelo declínio dos futuros do minério de ferro na China, em meio a preocupações crescentes sobre as perspectivas de demanda naquele país, apesar de nova medida de Pequim para reanimar o mercado imobiliário. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia com queda de 5,41%, a 909,5 iuanes (126,35 dólares) por tonelada, menor valor desde 1º de novembro. Investidores também aguardam o balanço da Vale na quinta-feira e acompanham as movimentações em torno de uma eventual troca no comando da mineradora. Analistas da XP elevaram a recomendação dos papéis para "compra", enquanto reduziram a de CSN para "neutra". CSN ON perdia 4,02%, a 18,16 reais. USIMINAS PNA, por sua vez, subia 1,72%, a 10,07 reais, apoiada por relatório do Goldman Sachs elevando a recomendação das ações para "compra" e o preço-alvo a 14 reais.
- PETROBRAS PN recuava 0,49%, a 42,69 reais, tendo de pano de fundo a queda do petróleo no exterior, com o barril de Brent em baixa de 0,53%, a 83,12 dólares.
- PETZ ON avançava 7,74%, a 3,76 reais, tendo no radar comunicado da companhia, com data da véspera, de que o fundador e presidente-executivo da Petz, Sergio Zimerman, informou que sua participação acionária ultrapassou 10% envolvendo instrumentos derivativos referenciados em ações da companhia. Ele agora detém, direta ou indiretamente, cerca de 43% do capital social.