Empregados da Eletrobras rejeitam acordo coletivo e sinalizam greve

Empregados de algumas bases da Eletrobras aprovaram em assembleias nesta semana a rejeição da proposta de ACT (Acordo Coletivo de Trabalho) enviada pela empresa para vigorar de 2024 a 2026. A decisão conta também com a indicação de uma eventual greve a partir da próxima segunda-feira (10), caso uma mediação no TST (Tribunal Superior do Trabalho) não seja bem-sucedida.

Aprovaram rejeitar a proposta da companhia para empregados da holding Eletrobras, Furnas, Eletronorte e CGT Eletrosul, segundo informações do Sintergia-RJ (Sindicato dos Eletricitarios do Rio de Janeiro e Região).

Na subsidiária Chesf, que atua no Nordeste, trabalhadores de Pernambuco e Sergipe votaram por melhorias na proposta com indicativo de greve. Já nos demais Estados — Bahia, Ceará, Piauí, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte —, o ACT foi aprovado.

Esse é o primeiro acordo de trabalho em negociação após o fim do período de dois anos de garantia de empregos previsto na privatização da Eletrobras, em 2022. Antes disso, somente aposentados e aposentáveis poderiam ser demitidos através dos programas de demissão voluntária.

Segundo o Sintergia-RJ, a proposta final de ACT apresentada pela Eletrobras prevê redução de salários para quem ganha acima de 16 mil reais, em negociações individuais. A companhia também propôs a não aplicação de reajustes de salários acima de 6 mil reais e benefícios como auxílio-alimentação por dois anos.

Procurada, a Eletrobras afirmou que a proposta apresentada aos empregados foi resultado de "intensa negociação nos últimos dois meses, na qual a empresa ouviu as demandas dos sindicatos e apresentou inúmeras flexibilizações, atendendo a maior parte delas".

Segundo a companhia, entre os avanços negociados estão a criação de mecanismos como abono salarial, garantia de emprego ou salário, correção por IPCA e manutenção de salários.

"Com o resultado das assembleias, o ACT será prontamente assinado com os sindicatos que aprovaram a proposta e seus direitos e garantias passarão a ter efeitos imediatos", disse a empresa, em nota.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.