Santander eleva projeções para dólar e reduz previsão para PIB no próximo ano

SÃO PAULO (Reuters) - O Santander divulgou nesta sexta-feira a atualização de seu cenário macroeconômico, no qual passou a projetar uma taxa de câmbio maior para o fim de 2024 e 2025 e um crescimento menor para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no próximo ano.

Pelos cálculos do banco, o dólar terminará 2024 cotado em 5,30 reais, ante projeção anterior de 5,00 reais. No caso do fim de 2025, a projeção para o dólar passou para 5,40 reais, ante 5,05 reais.

Conforme o Santander, em função do fortalecimento do dólar e da persistência das incertezas internas, a projeção para a taxa básica Selic no fim deste ano foi para 10,50% ao ano, ante expectativa anterior de 10,00%.

Em seu último encontro de política monetária, em junho, o Banco Central já havia interrompido o ciclo de cortes da Selic, mantendo a taxa básica em 10,50% -- justamente a projeção para o fim do ano anunciada nesta sexta-feira pelo Santander.

O banco espera, no entanto, que o BC retome o processo de cortes da Selic, conduzindo a taxa para 9,00% ao ano ao fim de 2025 -- projeção que foi mantida pela instituição.

O Santander também elevou de 3,4% para 3,8% a projeção de alta para o IPCA, o índice oficial de inflação, em 2024 e manteve em 3,8% a expectativa para 2025.

“Com relação à atividade, o nível mais alto das taxas de juros -- tanto da taxa Selic quanto da precificação mais elevada na curva de juros de mercado – implicou na redução da projeção de crescimento do PIB de 2025 para 1,8% (antes: 2,0%), pois vemos o nível mais restritivo das condições financeiras afetando a atividade à frente”, registrou a economista-chefe do Santander, Ana Paula Vescovi, na apresentação das projeções. O PIB projetado para 2024 se manteve em 2,0%.

O banco elevou ainda de 76,9% para 77,5% do PIB a projeção para 2024 da dívida bruta do governo geral -- uma das principais medidas de solvência do país, bastante observada por agências de classificação de risco. Para 2025, a projeção de dívida bruta subiu de 80,3% para 81,1% do PIB.

“O cenário fiscal teve poucas alterações, com manutenção da premissa de deterioração gradual nos próximos anos”, registrou o Santander. “Seguimos vendo a parte fiscal e falta de confiança na sua consolidação à frente como o principal obstáculo para a materialização de um cenário econômico mais benigno por aqui.”

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(Por Fabrício de Castro)

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