Ações europeias têm pior dia em um mês após divulgação de dados mistos dos EUA

Por Shubham Batra e Lisa Pauline Mattackal

(Reuters) - As ações europeias caíram pela quinta sessão consecutiva nesta sexta-feira, em seu pior dia desde o início de agosto, depois que um relatório de empregos dos Estados Unidos ofereceu sinais mistos sobre o tamanho de um possível corte na taxa básica do Federal Reserve neste mês.

O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 1,07%, a 506,56 pontos. O índice também interrompeu uma sequência de quatro semanas de ganhos, perdendo 2,5%, em seu pior desempenho semanal desde a semana encerrada em 2 de agosto.

Dados mostraram que o nível de emprego nos EUA aumentou menos do que o esperado em agosto, diminuindo potencialmente a chance de o Fed optar por um corte de 50 pontos-base -- em vez de 25 pontos-base -- na taxa de juros este mês, embora a taxa de desemprego tenha caído.

Investidores viam apenas 23% de chance de um corte de 50 pontos-base na taxa de juros, embora a precificação tenha subido brevemente acima de 51% após os dados, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

"Nas próximas semanas (...) os mercados (continuarão) a ser negociados de forma instável, e a volatilidade (permanecerá) alta, porque genuinamente está no cara ou coroa para os mercados quanto ao que vai acontecer na próxima reunião do Fed", disse Michael Brown, estrategista sênior de pesquisa da Pepperstone.

Na Europa, os principais índices de todos os países caíram cerca de 1%, com o índice de referência da Alemanha atingindo o nível mais baixo em duas semanas, depois que dados mostraram que a produção industrial do país caiu 2,4% em julho, em comparação com a previsão dos analistas de uma queda de 0,3%.

Os setores de tecnologia, materiais básicos e energia foram os que mais prejudicaram o STOXX 600, caindo todos mais de 2%. As ações de companhias de chips pesaram sobre o setor de tecnologia, acompanhando as quedas de seus pares nos EUA, após os resultados mornos da Broadcom.

As quedas nos preços do petróleo e dos metais pesaram sobre as ações de commodities, enquanto o setor bancário sensível aos juros perdeu 1,8%. Em uma nota mais positiva, o setor imobiliário, que também é mais sensível aos juros, subiu 0,6%, atingindo seu maior nível desde agosto de 2022.

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Também em relação aos dados, o crescimento do Produto Interno Bruto da zona do euro foi revisado para 0,2% no segundo trimestre, em comparação com uma estimativa anterior de crescimento de 0,3%.

Na próxima semana, espera-se que o Banco Central Europeu (BCE) diminua os juros em 25 pontos-base. No entanto, é provável que os mercados europeus sejam influenciados pelo exterior, e os dados de inflação dos EUA deverão ser os mais importantes.

Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,73%, a 8.181,47 pontos.

Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 1,48%, a 18.301,90 pontos.

Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 1,07%, a 7.352,30 pontos.

Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,17%, a 33.291,39 pontos.

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Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,33%, a 6.719,18 pontos.

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