Projeto de energia solar em favelas brasileiras espera brilhar sob holofotes do G20

Por Pilar Olivares e Fabio Teixeira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - Para os moradores do Morro da Babilônia, uma favela no Rio de Janeiro, a geopolítica raramente entra nas conversas diárias. Mas enquanto a cidade se prepara para receber na segunda-feira líderes do G20, grupo que reúne as principais economias do mundo, os residentes esperam que um projeto em específico encontre seu lugar ao sol.

A uma curta distância da famosa praia de Copacabana, Babilônia tem ampliado lentamente o uso de energia solar desde 2015, com a Revolusolar, uma organização local sem fins lucrativos que instalou painéis para abastecer cerca de 50 casas em uma comunidade de menos de 4.000 habitantes.

No ano que vem, a organização espera expandir o projeto para 100 famílias a um custo de 1,5 milhão de reais.

A Revolusolar está participando do G20 Social, um evento paralelo criado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que grupos não governamentais participem do fórum global. Lula deve participar da cerimônia de encerramento do G20 Social neste sábado ao lado da primeira-dama Janja Lula da Silva.

“Conseguimos entregar a ela um de nossos textos”, disse Adriano Hazad, morador da Babilônia e funcionário da Revolusolar, que aproveitou o evento como uma oportunidade para discutir planos com autoridades do Estado do Rio.

A organização, que também fornece energia solar para outras oito comunidades em todo o Brasil, incluindo uma comunidade indígena na floresta amazônica, espera que a visibilidade traga financiamento e apoio governamental para energia sustentável nas favelas.

"Quando somos vitrine para o mundo, acredito que é o momento de nos destacarmos e fazermos nosso projeto crescer", disse Hazad.

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