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Em São Paulo, Temer faz tentativa de aproximação com Alckmin

21/12/2016 14h21

O presidente Michel Temer fez diversos elogios nesta quarta-feira ao governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), com quem dividiu o palco em cerimônia do programa Minha Casa, Minha Vida, no interior de São Paulo.

Em um momento em que quadros importantes do PSDB começam a defender maior distanciamento do governo, Temer destacou a importância que o partido tem para a sua administração.

No local, um grupo de manifestantes fez um protesto contra Temer.

"O governador disse que é preciso acabar com essa história do ?nós contra eles', e eu tenho pregado a pacificação do nosso país", disse Temer em Mogi das Cruzes (SP), onde chamou o chamou de "grande governador e amigo".

"Com auxílio do governador, ministros, Congresso e da população, meu sonho é colocar o Brasil nos trilhos", afirmou Temer.

Alckmin, pré-candidato do partido para disputar a Presidência em 2018, defende nos bastidores que o partido tenha um maior distanciamento do governo federal, para que a atual impopularidade da administração pemedebista não prejudique o desempenho do PSDB na eleição para a Presidência, em 2018.

Recentemente, os outros dois pré-candidatos tucanos à Presidência, o senador e presidente da sigla Aécio Neves (MG) e o ministro das Relações Exteriores, José Serra, se uniram para barrar o fortalecimento de Alckmin.

Por causa da união com Serra, Aécio conseguiu prorrogar seu mandato como presidente do PSDB por um ano, até maio de 2018. Tanto Serra quanto Aécio são aliados mais próximos de Temer do que o governador.

Durante seu discurso, no entanto, Alckmin indicou apoio a Temer. "Um abraço ao nosso presidente Michel Temer, que está em casa, porque está em São Paulo", disse. O presidente é natural de Tietê, no interior do Estado. "No Brasil de hoje não há espaço para nós contra eles. O Brasil de hoje tem que ser de nós, cidadãos, que estamos aprendendo com essa dura crise", afirmou. Depois, dirigiu-se a Temer: "Conte conosco, para a retomada do emprego e do desenvolvimento".

Parceiro

Mais tarde, em entrevista coletiva, o presidente chamou Alckmin de "parceiro" e disse que "era um prazer" estar ao lado dele, além de reafirmar que conta com o apoio dos tucanos para promover as reformas mais importantes "desde a Constituição de 88". Um exemplo citado por ele foi a PEC que limita gastos públicos, cuja aprovação contou "evidentemente com o apoio de outros partidos, e no particular [com o apoio] do PSDB".

"Nós temos três ministros do PSDB, temos um auxílio extraordinário do PSDB", disse. Um dos ministros, Bruno Araújo, das Cidades, esteve presente e recebeu elogios de Temer.

Outras figuras tucanas têm defendido abertamente o distanciamento do governo. Uma delas foi o senador Cássio Cunha Lima (PB), que, em entrevista ontem à rádio Rede Paraibana de Notícias, disse que o presidente terá dificuldades para concluir o mandato, em função da ação que corre contra a chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Protesto

Mais de uma vez, no entanto, o presidente minimizou o comentário de Cássio Cunha Lima. "Uma ou outra fala é transitória, o que vale é o apoio maciço que estou recebendo no Congresso Nacional", disse.

Esta foi a primeira visita em cinquenta anos de um presidente a Mogi das Cruzes para uma solenidade oficial. Temer foi, inclusive, chamado de "mogiano" pelo prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (DEM), o mais aplaudido do dia. O apoio deixou Temer "animadíssimo". "Saio com a alma incendiada", disse. "Uma coisa é ficar no gabinete, outra coisa é sair pelo Brasil."

Mesmo assim, aproximadamente 30 manifestantes fizeram um protesto discreto contra o presidente no fundo da tenda onde foi realizado o evento. Um deles, inclusive, carregava um cartaz em que estava escrito "Fora, Temer".

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