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Mercado de salões de beleza ainda ávido por diferenciação

Rose Mary Lopes

Colunista do UOL, em São Paulo

16/08/2013 06h00

Uma notícia recente me despertou a atenção para um mercado extremamente dinâmico no Brasil e que tem crescido mais velozmente que o nosso PIB (Produto Interno Bruto).

Ano a ano, na última década o mercado de beleza, segundo dados da Fecomercio São Paulo (com base na pesquisa do IBGE), representa hoje gastos mensais na marca de R$ 1 bilhão! São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro representam 53% destes gastos mensais, sendo que é a classe B que mais gasta.

Este setor foi favorecido, como vários outros, pela melhoria de renda das pessoas (sobretudo de mulheres) de baixa renda e também pela nossa grande preocupação com a aparência.

Representa, ainda, a possibilidade de inclusão social de milhões de pessoas, dado que a formação não é demorada, não é tão cara, e oferece diversas opções de profissionalização: cabeleireiro, barbeiro, manicure, pedicure, esteticista, depilador, maquiador.

Todas essas profissões tiveram suas atividades legalmente reconhecidas recentemente (18 de janeiro de 2012).

Assim, cerca de 3,4 milhões de pessoas ganham suas vidas neste mercado, em 550 mil salões de beleza (dados da Anabel – Associação Nacional do Comércio de Artigos de Higiene Pessoal e Beleza, de 2010).

E, jogando como autônomo, como empreendedor individual, como dono de um pequeno salão, como empreendedor de um salão ou instituto de beleza, estabelecendo rede própria ou de franquias, ou oferecendo centros de formação de mão de obra para um mercado ávido em bons profissionais.

A maior rede de salões de beleza do país é a dos empreendedores Jacques e Janine Goossens que, após 55 anos tem 60 salões no Brasil, oferecem franquias.

Parte do segredo deste crescimento de longevidade se deve a inovações e à diferenciação – ser um salão completo, que oferece soluções para todas as necessidades: cabelo, mãos e pés, beleza completa, maquiagem, massagens, estética, tratamentos faciais e corporais, banhos de beleza, dia da noiva e do noivo (novidade de que foram introdutores no país), beleza for teen etc.

Além disto, tem uma academia para oferecer cursos para aperfeiçoar profissionais. Jacques e a neta são reconhecidos pela Intercoiffure - Associação Internacional de Mestres Cabeleireiros (Suíça).

Outros empreendedores se diferenciaram pela especialização em tratar cabelos cacheados de afro descendentes, oferecendo solução inovadora que dá naturalidade e balanço aos cachos, impactando positivamente na autoestima de suas clientes.

Para isto, a saga da Zica envolveu dez anos de experimentos próprios para chegar à formulação de um produto que patenteou e que fabricam.

Ela e seus sócios inovaram no modelo de negócios, dividindo o trabalho em etapas (à la McDonald´s) e fazendo com que a cliente não estabeleça vínculos com nenhum dos funcionários.

Depois de 20 anos, com 13 salões em três Estados, são empreendedores Endeavor, e com um plano de crescimento agressivo, acabam de vender 33% da empresa Cor Brasil – Beleza Natural a um fundo de capital de risco - o GP Investments, pela bagatela de R$ 70 milhões.

Mas, há outras formas de se diferenciar e ter sucesso neste mercado. Um dos problemas das clientes é o tempo gasto entre fazer cabelos, manicure e pedicure.

Um instituto que solucionou isto é a Estação Belleza Pura, que também partiu para franquear sua solução inovadora: todos os serviços são realizados ao mesmo tempo.

O negócio se calca em profissionais capacitados e especializados formados por outro grande player do setor que é o Instituto Embelleze (que tem mais de 300 unidades, graças a sistema de franquia).

Como você pode ver, qualquer que seja o tamanho de sua ambição, há ainda mercado e espaço para se diferenciar. Para isto, há de ter muito conhecimento, profissionalização e boa dose de inovação.