Empresas preferem os produtivos, e não os workaholics, dizem analistas
O pesquisador americano Jeffrey Pfeffer, especialista em teoria da gestão e autor do livro “Poder - Por Que Alguns Têm” (Ed. Best Business), disse em recente visita ao Brasil que as empresas amam os workaholics -pessoas que têm necessidade compulsiva de trabalhar.
Mas, de acordo com Luis Granato, gerente da Michael Page, empresa de recrutamento de executivos para média e alta gerência, as companhias não estão dispostas a encarar o vício em trabalho como um comportamento aceitável.
“Empresas gostam de pessoas que entregam resultados, e o fato de ser um workaholic não significa que o profissional seja mais produtivo. Muitas vezes, vemos pessoas que não conseguem ter organização no seu dia a dia e acabam trabalhando mais tempo para entregar o mesmo resultado.”
"Se o workaholic é o profissional que vive para o trabalho, que entrega mais do que os outros, pode ser bem-visto pela empresa". É o que afirma André Caldeira, diretor da Proposito, empresa de executive search, consultoria e treinamento.
"Se é o hiperativo, estressado, aquele tipo que torna o ambiente tóxico por seu desequilíbrio, que constrange os colegas por trabalhar demais e ter vida pessoal de menos, logicamente não será bem-visto."
Sem tempo para ver coisas novas
A falta de atualização também é um fator que pode comprometer esse tipo de profissional no ambiente de trabalho. “Podemos dizer que o workaholic tem um risco de não se reciclar e não ver coisas e assuntos novos por falta de tempo”, diz Granato.
Sem falar que a empresa, segundo o executivo, sempre vai temer pela saúde do funcionário. “O profissional que só trabalha e não consegue um tempo livre para fazer um exercício ou pensar em alguma outra coisa. Sem dúvida nenhuma está mais vulnerável a um mal causado por estresse”, afirma.
Trabalhar demais não significa ser viciado
O fato de trabalhar muito não é necessariamente um problema, mas a situação pode se agravar quando a pessoa esquece que tem outras responsabilidades além do trabalho.
“Quando trabalhar é o único foco da vida e o profissional não se dá conta de que há um mundo fora do escritório, há algo de errado”, afirma Fátima Rossetto, diretora de Talent Development da DBM –consultoria especializada em gestão de pessoal.
Para Caldeira, os workaholics são consequência de um mercado mais competitivo, mobilidade do trabalho (uso de smartphones, tablets, notebooks), meritocracia desequilibrada e medo de perder sua posição no trabalho.
“Acredito que é possível trabalhar muito sem deixar a vida pessoal de lado. Mas é um processo que exige dois elementos-chave: autoconhecimento e disciplina”, afirma Caldeira.
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