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Procurando novo trabalho? Pode avisar o chefe ou usar e-mail da firma?

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Do UOL, em São Paulo

28/10/2015 06h00

Seja por estar insatisfeito com seu emprego atual, seja pelo medo da demissão em uma crise econômica, ficar atento ao mercado de trabalho e participar de processos seletivos é uma prática aconselhada por especialistas.

"É fundamental que todo profissional saiba se suas habilidades e competências estão em alta. Se seu currículo está adequado", afirma a consultora de carreiras e colunista do UOL, Daniela do Lago.

Ela diz que todos os colaboradores devem sempre checar se seu passe está valendo ou não no mercado. "Só assim podemos nos preparar para momentos de crise. Afinal, em uma empresa, as coisas mudam rapidamente."

Mas fazer essa busca enquanto está empregado pode gerar algumas dúvidas. Principalmente pelo medo de que o chefe saiba e acabe prejudicando a imagem profissional -ou até mesmo causando sua inclusão em eventuais cortes da empresa.

"Achar um emprego enquanto está trabalhando é difícil, mas é muito mais fácil comparado a encontrar um enquanto está desempregado", afirma Martin Yate, especialista em gerenciamento de carreiras, em artigo para o site "CareerCast".

Posso usar o computador da empresa?

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Imagem: Shutterstock

Os especialistas são unânimes nesta resposta: não. As novas tecnologias permitem que a empresa controle tudo o que é acessado pelo funcionário nos computadores do escritório.

"Você está sendo observado. Então não use seu e-mail corporativo para entrar em contato com recrutadores. Não acesse sites de procura de empregos no computador do trabalho. E não deixe seu currículo na copiadora", afirma Martin Yate.

Essa também é a opinião de Daniela do Lago. "Não é legal ficar procurando trabalho, disparando currículo, usando recursos de sua empresa atual. Muito menos no horário de trabalho. Não é ético."

Quando devo avisar meu chefe que estou procurando um novo trabalho?

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A pergunta divide os especialistas. Daniela do Lago afirma que o melhor é apenas avisar os superiores quando tiver uma proposta concreta de outra empresa. Essa também é a visão de Yate, que diz que os planos de mudar de emprego devem ser 100% secretos, incluindo colegas de trabalho, para evitar fofocas.

Alexandre Rangel, sócio da Alliance Coaching, por outro lado, acredita que o profissional deve conversar com seu chefe no momento em que envia um currículo a outra empresa, justificando a ele por que tomou essa decisão. Segundo Rangel, isso evita constrangimentos e até ser malvisto.

Ele conta que, quando trabalhava como gerente de RH, sua empresa anunciou em um jornal uma vaga aberta, mas de forma anônima, sem especificar qual era a companhia. Rangel acabou recebendo o currículo de um colega que sentava ao seu lado e estava se candidatando, sem saber que era para um posto na própria empresa em que já trabalhava.

O que devo fazer se a entrevista for no meu horário de trabalho?

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O processo seletivo para a vaga pode coincidir com o horário de seu emprego atual. Nesse caso, o melhor a fazer é negociar, de acordo com Daniela do Lago.

"É muito comum acontecer a entrevista via Skype, na hora do almoço, por exemplo. Se não conseguir, agende para o último horário e peça para sair mais cedo. Se não conciliar o horário, então tire o dia de folga, pegue banco de horas. Não precisa dizer nada, mas jamais minta", afirma.

Devo fazer um leilão?

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Imagem: BCFC/iStock

Ao receber uma proposta de emprego, pode ser tentador contar o salário oferecido ao patrão atual, pedindo para que ele cubra a diferença. Essa prática é conhecida informalmente como leilão. Mas os especialistas não a recomendam.

Para Rangel, levar a proposta salarial apenas com o interesse de um aumento pode pegar mal, e o profissional se prejudica na companhia.

Daniela do Lago também não sugere o leilão. "Pense bem: se a sua empresa não o valorizou até agora, será que ela merece que você continue atuando nela?".

"Às vezes, nós crescemos muito e, mesmo que a empresa seja excelente, ela não consegue pagar ou dar benefícios que merecemos. Neste caso, quem tem de mudar não é a empresa, e sim o funcionário", afirma a consultora.