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Desemprego sobe a 7,9% em outubro, o maior para o mês desde 2007, diz IBGE

Do UOL, em São Paulo

19/11/2015 09h04

O desemprego no Brasil em outubro subiu a 7,9%, o maior para um mês de outubro desde 2007. Os números foram divulgados nesta quinta-feira (19) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na avaliação do instituto, o resultado foi estável na comparação com setembro, quando era de 7,6%. Em relação a outubro de 2014, quando era de 4,7%, o aumento foi de 3,2 pontos percentuais.

Os dados fazem parte da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), baseada nos dados das regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados.

Nesta quinta-feira, o instituto também divulgou pesquisa com dados do emprego na indústria em setembro. Segundo o levantamento, o total de trabalhadores caiu 0,7% em setembro, na comparação com agosto, nono mês seguido com resultado negativo. Em comparação com setembro de 2014, a queda foi de 7%, o maior desde 2000.

Número de desempregados tem maior queda desde 2002

O número de desempregados em geral no país foi estimado em 1,9 milhão de pessoas em outubro. O resultado foi estável na comparação com setembro, mas em relação a outubro do ano passado o aumento foi de 67,5%, ou 771 mil pessoas a mais em busca de emprego. Essa foi a maior variação percentual na série histórica da pesquisa, que começou em 2002.

O número de pessoas com emprego caiu para 22,5 milhões, 1% a menos do que em setembro (230 mil pessoas), e 3,5% a menos do que em outubro de 2014 (825 mil pessoas).

Desemprego em um ano aumentou nas 6 regiões

As seis regiões avaliadas tiveram aumento no desemprego em um ano: Salvador, de 8,5% para 12,8%; São Paulo, de 4,4% para 8,1%; Recife, de 6,7% para 9,8%; Belo Horizonte, de 3,5% para 6,6%; Rio de Janeiro, de 3,8% para 6% e Porto Alegre, de 4,6% para 6,8%.

Na comparação com setembro, a única variação registrada foi em São Paulo, com aumento de 0,8 ponto percentual.

Desta forma, o número de desempregados aumentou em todas as regiões na comparação com outubro de 2014. Os aumentos registrados em São Paulo (86,2%) e Belo Horizonte (82,4%) foram os maiores para essas regiões em toda a série histórica, que começou em 2002.

Em um ano, são 470 mil carteiras assinadas a menos

O número de pessoas com carteira assinada foi estimado em 11,2 milhões em outubro, permanecendo estável no mês, mas com queda de 4% em um ano, ou 470 mil trabalhadores a mais sem o registro na carteira.

Por regiões, frente a outubro de 2014, Recife (-8,7%), Porto Alegre (-7%), Belo Horizonte (-6,1%) e São Paulo (-3,3%) tiveram queda no número de carteiras assinadas. Segundo o IBGE, em relação a setembro deste ano, o resultado ficou estável nas seis regiões.

Trabalhadores estão ganhando menos

O rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores em outubro caiu para R$ 2.182,10. Na comparação com setembro, caiu R$ 12,61, ou 0,6%. Em relação a outubro de 2014, a queda foi maior, de R$ 163,71, ou 7%. Foi o nono mês seguido de queda na comparação anual.

Regionalmente, no mês, o rendimento ficou estável em Salvador, São Paulo e Porto Alegre, e caiu em Belo Horizonte (-3,5%), Recife (-1,9%) e Rio de Janeiro (-1,1%). No ano, houve quedas em todas as regiões, sendo a maior em Salvador (-10,1%) e a menor em Porto Alegre (-5,8%).

IBGE vai acabar com PME

Em 2016, o IBGE vai acabar com a PME e com a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário. Das três pesquisas mensais com dados de emprego, apenas a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua seguirá.

Segundo o instituto, a Pnad Contínua é mais abrangente que as outras duas pesquisas. Na última, com dados do trimestre encerrado em agosto, o desemprego subiu a 8,7%.

A última coleta da PME está programada para acontecer em fevereiro, com divulgação prevista para março.