A Copa do Mundo do Catar, que começa em 20 de novembro e termina dia 18 de dezembro, já está mexendo com o mercado de ações e com o faturamento das empresas, tanto para o bem, quanto para o mal. "O evento da Copa por si só alavanca a venda de diversas categorias: eletrônicos, móveis, alimentação e comércios, principalmente bares e restaurantes", diz Marcelo Ikaro, gerente sênior da Peers Consulting & Technology. Ele cita dados do Google: a busca por aparelhos de TV aumenta 3,4 vezes no período, sofás em 4,4 vezes, churrasqueiras 4,3 vezes. "Cerca de 75% das pessoas no mundo são impactas pelo evento", afirma Ikaro. Quais ações valorizam com a Copa? Ações do varejo, como Magazine Luíza (MGLU3), Americanas (AMER3) e de empresas de bebidas, como Ambev (AMBV3), devem ser as mais impactadas. MGLU, por exemplo, já subiu 147% desde 4 de julho, dia em que teve seu menor valor (R$ 2,13). Hoje, a ação está cotada a R$ 5,28. Além das companhias de bebidas e de varejo de eletrodomésticos, as de produtos esportivos também vendem mais. Empresas como SBF (SBFG3, dona da Centauro) e Vulcabrás (VULC3, dona no Brasil das marcas Mizuno e Olympikus), que atuam no segmento de roupas e calçados, podem se destacar, já que muitas pessoas tendem a comprar mais itens esportivos na Copa como camisas das seleções, chuteiras, entre outros itens, diz Rodrigo Cohen, analista e cofundador da Escola de Investimentos, empresa de educação financeira. "As pessoas também tendem a comprar itens de alimentação como carnes para churrasco e bebida alcoólica", diz ele. Isso pode beneficiar a JBS (JBSS3) e a Marfrig (MRFG3), além de Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3). E quais empresas perdem valor? As de saúde, segundo o BTG. Como durante a Copa, os jogos da seleção brasileira costumam ser considerados como dia de folga ou meio período, isso tende a desacelerar algumas atividades. Ninguém, por exemplo marca consultas ou procedimentos médicos nesses dias. Então, hospitais e laboratórios costumam ter menor faturamento. Saem perdendo provedores como Rede D'Or (RDOR3), Felury (FLRY3), Hospital Mater Dei (MATD3), laboratório Dasa (DASA3) e Kora Saúde (KRSA3). Por outro lado, menos gente nos hospitais e laboratórios é favorável para seguradoras, que vêm sua taxa de sinistralidade (uso do seguro, e consequentemente, despesa para a empresa) cair. Isso é bom para empresas como Bradesco (BBDC4), Porto Seguro (PSSA3) e OdontoPrev (ODPV3). A Bolsa de Valores, é bom lembrar, vai continuar operando nos horários normais, mesmo em dia de jogos. E vale investir nessas empresas? Pode haver, sim, um ganho momentâneo - o que é ótimo para quem já tem as ações. Mas não é boa hora para comprar os ativos, diz Ariane Benedito, economista independente especialista em mercado de capitais. "O pequeno investidor que quer surfar essa onda pode sofrer", diz ela. A Copa, diz Ariane, como todos sabem, é um evento que já estava previsto no calendário. Os grandes investidores institucionais também pensaram e já começaram a especular bem antes, se anteciparam", afirma ela. Os dividendos podem aumentar? "O efeito no preço da ação pode ser pequeno ou já até ter acontecido. Mas as vendas realmente crescem e isso melhora as finanças das empresas, o que garante melhores dividendos e JCP", afirma. Esta newsletter traz um resumo gratuito de conteúdo do UOL Investimentos. Assinantes têm acesso à versão integral, com mais orientações. |