Tesouro Selic é opção para reserva de emergência; é melhor que a poupança?
Muitos investidores costumam aplicar no Tesouro Selic para aproveitar momentos taxa básica de juros elevada. No entanto, o título também é utilizado como reserva de emergência. Mas vale a pena? Entenda abaixo.
Como é o Tesouro Selic
Tem baixo risco. Essa é uma das características que faz o título ser utilizado como reserva de emergência. É que o Tesouro Selic faz parte do Tesouro Direto, programa da Secretaria do Tesouro Nacional (órgão do Ministério da Fazenda) com a B3, e é classificado pelas agências classificadoras como um investimento de baixo risco.
É atualizado pela Selic. O Banco Central costuma elevar a taxa de juros para conter o aumento de preços no país. Se a inflação sobe, normalmente a Selic vai acompanhar esse movimento. Então, esse investimento tem a capacidade de manter o poder de compra do dinheiro (ainda que não seja a melhor opção para esse objetivo).
Apresenta alta liquidez. Os títulos do Tesouro Direto podem ser sacados a qualquer momento e você recebe o dinheiro no dia seguinte. Entre os CDBs, há investimentos com liquidez diária, como também aqueles em que a pessoa só pode sacar em algum tempo. Se a opção for a caderneta, a retirada é imediata.
Possui rentabilidade diária. O Tesouro Selic tem seus ganhos atualizados diariamente. É diferente das opções prefixadas do Tesouro Direto, em que o investidor tem os juros registrados apenas na data de vencimento. Hoje, o Tesouro Selic com vencimento para março de 2026 tem retorno anual da Selic mais 0,0614%. Já o mesmo investimento com prazo para março de 2029 oferece ganhos da Selic mais 0,1603% por ano.
Dá para investir direto no site do Tesouro Direto. Basta criar uma conta. Para isso, a pessoa faz uma simulação, verificando qual o título mais adequado para a sua necessidade e perfil. Depois, é preciso fazer um cadastro e escolher uma instituição financeira. Para começar a investir, basta fazer uma transferência ou Pix. Outra opção é fazer isso direto nos sites ou aplicativos das corretoras.
As vantagens estão na facilidade de transformar o investimento em dinheiro na conta de forma rápida, na maior segurança, no rendimento diário e por ser fácil de entender. Como é um título pós-fixado, ele acompanha a taxa de juros da economia.
Gabriel Sena, especialista em investimentos da Top Gain
Tesouro Selic X Poupança ou CDB
O Tesouro tem ganhos maiores. A sócia e fundadora da Semeare Investimentos, Carolina Volcov, diz que o Tesouro Selic paga a Selic mais uma taxa fixa, normalmente bem baixa. Hoje, o Tesouro Selic com vencimento para março de 2026 tem retorno anual da Selic mais 0,0614%. O mesmo investimento com prazo para março de 2029 oferece ganhos da Selic mais 0,1603% por ano.
CDBs têm remuneração por volta de 100% do CDI. Normalmente, isso fica 0,10 pontos porcentuais abaixo da Selic — portanto, hoje está em 13,65% ao ano.
Regra para a poupança é diferente. Hoje, ela tem rendimento de 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). A poupança rendeu 8,55% nos últimos 12 meses até junho, segundo o Trademap. No entanto, essa regra só vale para quando a Selic está acima de 8,5%. Abaixo desse patamar, a caderneta tem retorno de 70% da Selic, mais a TR.
Poupança rende só uma vez por mês. Na poupança, a rentabilidade é creditada mensalmente na data de aniversário, ou seja, no dia em que o cliente fez o depósito.
Investimento mínimo no Tesouro é de cerca de R$ 130. Hoje, é possível comprar CDBs a partir de R$ 1. Na poupança, não há investimento mínimo.
Imposto de Renda
Paga mais imposto quem deixa o dinheiro menos tempo. A alíquota do IR para os investimentos do Tesouro Direto depende do tempo em que o dinheiro permanecer investido. Começa em 22,5% para até 180 dias, e vai até a 15%, para 721 dias. Se o saque ocorrer antes do vencimento, pode ser necessário pagar um imposto maior à Receita Federal. O mesmo vale para os CDBs.
Poupança é isenta de IR. Assim como outras aplicações de renda fixa, como as LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), a poupança é isenta de Imposto de Renda.
Riscos do Tesouro Selic
Calote do governo. Na prática, ao realizar aportes no Tesouro Direto, o investidor está emprestando dinheiro para o governo, que oferece bons retornos em troca. Apesar de ser considerado um dos mais seguros do país, existe o risco do não pagamento da dívida por parte do Tesouro Nacional, em um cenário de problema estrutural na economia. Mas isso é visto como bastante improvável por especialistas.
Poupança e CDBs têm lógica similar. Ao investir no CDB, é como se a pessoa emprestasse seu dinheiro ao banco, que capta recursos para financiar suas operações. Na poupança, a maioria dos recursos captados é destinada para financiar operações de clientes no mercado imobiliário. Na caderneta e nos CDBs, os riscos estão atrelados às instituições financeiras.
Mudança nos juros podem comprometer ganhos. Apesar de acompanhar o movimento da taxa básica de juros, o Tesouro Selic também tem sua remuneração composta por uma taxa fixa. Em caso de reajuste na Selic para cima, um título contratado anteriormente pode ter uma taxa mais baixa sobre a que vigora no mercado — assim, pode ter uma pequena variação naquele dia.
Os títulos do Tesouro Direto oscilam diariamente e, no caso de o investidor decidir resgatar o papel antes de seu vencimento, pode acontecer de não obter a rentabilidade esperada.
Isabela Raposo, relações com Investidores da Trópico Investimentos
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