O que é a poupança? Saiba como funciona a remuneração da caderneta
Mesmo com produtos como o Tesouro Direto, a compra de ações ou fundos imobiliários (FIIs) ganhando força nos últimos anos, a poupança ainda é o investimento mais conhecido e utilizado do país. Mas como funciona a remuneração da caderneta? Quais os riscos? Veja abaixo.
Como funciona a caderneta?
Remuneração é atrelada à Selic e à Taxa Referencial (TR). De acordo com o Banco Central (BC), enquanto a taxa básica de juros, a Selic, estiver igual ou abaixo de 8,5% ao ano, a remuneração será o equivalente a 70% da Selic mais a variação da TR. Por outro lado, quando a Selic operar em um patamar superior a 8,5%, aí a poupança passa a render 0,5% ao mês e também tem acréscimo da TR.
Modalidade é o investimento mais antigo do país. Para se ter ideia, a poupança foi criada em 1861, ainda na época da Monarquia, pelo imperador Dom Pedro 2º. O objetivo do investimento por meio da Caixa Econômica Federal era oferecer uma opção para que as pessoas mais pobres pudessem criar uma reserva de emergência e utilizá-la em momentos de dificuldade. À época, o seu rendimento era de 6% ao ano.
Poupança é a "queridinha" dos brasileiros. Segundo pesquisa realizada pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) em parceria com o Datafolha, a caderneta é utilizada por 25% dos brasileiros e é conhecida por 82% da população.
Cobertura do FGC e isenção do imposto estão entre as vantagens. Para quem tem mais aversão a risco, a poupança possui cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Créditos). Isso significa que, caso a instituição financeira em que o dinheiro está alocado venha à falência, o investidor pode receber de volta até R$ 250 mil. Também não existe um valor mínimo para investir, a cobrança de tarifas ou a necessidade de pagamentos de tributos sobre os ganhos, diferente de produtos como Tesouro Direto ou FIIs, por exemplo.
Quando vale e quando não vale optar pela caderneta?
Investimento pode ser boa alternativa para quem busca baixo risco. Segundo Fernando Iodice, CEO da Consumidor Positivo, marketplace de soluções financeiras, ela é indicada para investidores mais iniciantes ou de perfil mais conservador. Uma das razões é a facilidade para investir: a poupança pode ser aberta por qualquer pessoa em uma agência bancária, mediante a apresentação de documentos como RG, CPF e comprovante de residência.
Ele afirma que a caderneta é útil em situações de curto prazo. Vale para quem não deseja se preocupar com as variações no mercado, e para aqueles que prezam pela possibilidade de retirada imediata dos valores. "No entanto, quando a taxa de juros está alta, como agora, a poupança acaba rendendo menos que outras opções de renda fixa, como o Tesouro Direto ou CDBs", diz Iodice.
Caderneta sempre foi instrumento positivo para pequenos poupadores. É que diz Pedro Afonso Gomes, presidente do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo). "Ela tem, primeiro, a facilidade da movimentação, o acolhimento de pequenos depósitos e é muito importante para o financiamento imobiliário, para dar fundos ao financiamento do setor", afirma.
Quem busca rentabilidade mais elevada deve olhar para outras opções. Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, afirma que, mesmo com o pagamento de impostos sobre os ganhos, opções como Tesouro Direto e fundos de renda fixa podem oferecer um retorno maior para os investidores.
A poupança é recomendada para o perfil conservador, que busca segurança e liquidez sem preocupação, mas que aceita abrir mão de uma rentabilidade elevada. Do lado oposto, acredito não ser uma boa opção para o investidor que deseja maximizar ganhos ou que busca proteger seu patrimônio da inflação a longo prazo.
Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos
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