Moeda da China atinge valor mais baixo em cinco anos com ajuste menor
(Bloomberg) -- O yuan atingiu o menor valor em cinco anos nesta quarta-feira (6) depois que o banco central da China fixou a taxa de referência da moeda em um nível inesperadamente baixo.
Foi um sinal de que a autoridade monetária está se tornando mais tolerante em relação à depreciação em meio ao aumento dos custos da intervenção e à desaceleração do crescimento econômico.
O Banco Popular da China reduziu sua fixação diária ao nível mais baixo desde abril de 2011, mais fraco que o nível do fechamento onshore de terça-feira.
A moeda caiu 1,1% no mercado de livre negociação de Hong Kong -- maior declínio desde o dia posterior à desvalorização surpresa de agosto -- e perdeu 0,6% em Xangai, enquanto ambas as taxas de câmbio atingiram seus patamares mais baixos desde março de 2011, pelo menos. A diferença entre as duas aumentou para um nível recorde.
Apesar de a defesa do yuan pela China ter estabilizado a moeda durante quase quatro meses após a desvalorização de 11 de agosto, a intervenção levou ao primeiro declínio anual da história nas reservas internacionais do país.
O apoio oficial à moeda foi mais esporádico desde o início de dezembro porque a expansão econômica mais fraca em 25 anos e a subida das taxas de juros nos EUA geraram saídas de capital. Analistas do Macquarie Bank e do Mizuho Bank disseram que a política de taxa de câmbio do banco central chinês está se tornando mais difícil de medir.
"O mercado vai se confundir com o que Pequim está tentando sinalizar com a recente intervenção no mercado e com a fixação de hoje", disse Nizam Idris, chefe de estratégia de câmbio e renda fixa do Macquarie Bank em Cingapura.
Intervenção
O banco central interveio no mercado cambial na terça-feira para evitar uma volatilidade excessiva, disse uma pessoa com conhecimento direto do assunto.
Alguns grandes bancos chineses venderam moeda americana quando o yuan onshore caiu para cerca de 6,5460 por dólar na quarta-feira, mas as ofertas não foram estáveis ou constantes, segundo investidores que pediram anonimato.
O yuan offshore caiu além de 6,70 por dólar pela primeira vez desde setembro de 2010, cerca de dois meses depois de a negociação ter sido permitida pela primeira vez em Hong Kong, enquanto a taxa onshore era de 6,5560 às 17h05 em Xangai.
O desconto da taxa de Hong Kong em relação ao nível doméstico aumentou para um total recorde de 2,5% depois que diferenças de até 1,8% geraram a suspeita de intervenção do banco central no mercado offshore na semana passada.
A desvalorização de agosto do banco central, que provocou uma queda das moedas e das ações dos mercados emergentes, foi acompanhada por uma reforma na metodologia de decisão da fixação diária do yuan para dar mais poder às forças do mercado.
Permitir a depreciação pode ajudar a economia chinesa, mas também pode assustar os mercados internacionais, segundo o Resona Bank Ltd, do Japão.
Impacto global
"Isso não é bom para o resto do mundo", disse Koichi Kurose, estrategista-chefe de mercado do Resona Bank em Tóquio.
"Enquanto a China não parar de desvalorizar o yuan os mercados globais terão dificuldades para se estabilizar. As autoridades chinesas podem estar tentando impulsionar a economia ampliando as exportações, mas embora isso ajude uma parte da economia chinesa, essa ajuda sacrifica outras".
As oscilações do yuan tendem a causar impactos nas moedas e nas perspectivas para as exportações na Ásia, pois a China é a maior parceira comercial de economias como a Coreia do Sul e Taiwan.
O Bloomberg-JPMorgan Asia Dollar Index -- que monitora as 10 moedas mais usadas da região, excluindo o iene -- reverteu um ganho diário imediatamente depois que o banco central chinês anunciou os cortes em sua fixação do yuan e caiu 0,4%.
Dados do governo aguardados para a semana que vem deverão mostrar que as exportações chinesas caíram pelo sexto mês seguido em dezembro, segundo a estimativa média de uma pesquisa da Bloomberg com economistas.
Os indicadores privados de serviços Caixin Media e Markit Economics Chinese atingiram o nível mais baixo em 17 meses em dezembro, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira.
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