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Bolsas europeias fecham em baixa com realização de lucro

26/11/2013 17h35

São Paulo - Os mercados europeus foram pressionados nesta terça-feira, 26, por uma forte realização de lucros depois do acordo nuclear envolvendo Irã e Estados Unidos, que garantiu apetite por risco na véspera, mas que nesta terça foi interpretado com certo ceticismo pelos investidores. As principais bolsas da região também perderam força em meio ao debate sobre novas medidas monetárias na Europa. O índice Europe Stoxx 600 encerrou com queda de 0,48%, aos 322,61 pontos.

O otimismo inicial do acordo nuclear das seis potências com o Irã, que impulsionou as bolsas na sessão de segunda foi superado pela agenda de indicadores e o noticiário econômico do dia. Na Europa, os investidores seguiram atentos ao debate sobre novas medidas monetárias que poderiam ser tomadas pelo Banco Central Europeu (BCE). Cresceu a possibilidade de a instituição cortar a taxa básica - atualmente em 0,25% - ou ainda adotar juros negativos para depósitos bancários.

Na segunda-feira o membro do Conselho Executivo do BCE, Benoît Coeuré, concedeu entrevista à CNBC sobre o assunto. Coeuré disse que o último corte da taxa de juros foi criado para manter uma "margem de segurança" para uma taxa de inflação acima de 0%. "Estamos com inflação próxima de zero e temos uma rede de segurança que nos protege de entrar em uma zona de perigo", afirmou. Ele também comentou que a implantação de uma taxa de depósito negativa é uma possibilidade à disposição do BCE e foi discutida na última reunião da autoridade monetária.

"O mercado está realmente começando a perder a paciência com essa história toda de corte da taxa de depósito", disse Stephen Gallo, estrategista de moedas da BMO Capital Markets.

Nos EUA, o índice que mais repercutiu nas bolsas europeias foi a confiança do consumidor do Conference Board. O índice caiu para 70,4 em novembro, de 71,2 em outubro. A expectativa de economistas consultados pela Dow Jones era de melhora na confiança, para 73. Sobre a atividade econômica norte-americana, a expectativa recuou para 69,3 neste mês, ante 72,2 em outubro. O número abaixo do esperado deu sinais aos investidores de que a redução dos estímulos à economia dos EUA não deve ser realizada na reunião de dezembro.

O feriado de Ação de Graças, na próxima quinta-feira, também influenciou para diminuir os níveis de negociação nos mercados europeus.

Na Itália, a notícia que mais pressionou a Bolsa de Milão foi o anúncio que o partido Forza Itália (FI), do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, votará contra o projeto do Orçamento do governo para 2014. A decisão confirma a mudança do partido do governo para a oposição e ocorre um dia antes de o Senado votar sobre a perda de mandato de Berlusconi, que foi condenado por fraude fiscal. O índice FTSEMIB chegou a operar em alta em boa parte da sessão, mas após a divulgação da decisão do partido fechou em baixa de 0,05%, aos 18.774,27 pontos.

O índice CAC40, da Bolsa de Paris, encerrou a sessão com queda de 0,6%, aos 4.277,57 pontos. A Safran registrou os maiores ganhos entre as blue chips da França, com alta de 1,6%. Em contrapartida, a Pernod Ricard e a Rémi Cointreau caíram 2,6 e 8,3%, respectivamente, pressionadas por uma desaceleração na demanda chinesa.

Na bolsa de Frankfurt, o DAX perdeu 0,1%, aos 9.290,07 pontos. As ações da Hugo Boss caíram 2,17% após a companhia dizer que não vai cumprir suas metas orçamentárias para 2013. Os papéis da RWE e Lanxess também operaram em terreno negativo, com quedas de 1,42% e 1,59%, respectivamente.

A maior baixa do pregão foi na Bolsa de Londres, que caiu 0,87%, aos 6.636,22 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 perdeu 0,07%, aos 6.355,12 pontos.

Na contramão, o índice IBEX35, de Madrid, subiu 0,3%, aos 9.714,6 pontos, impulsionado pelo acordo entre a petroleira espanhola Repsol e o governo da Argentina colocando fim a uma disputa de investimento. A Argentina concordou em pagar à companhia US$ 5 bilhões em notas do tesouro para compensar a expropriação do controle da Repsol na YPF em 2012. As ações da empresa subiram 4,3% no pregão. Os papéis da Sacyr, companhia de construção e maior acionista da Repsol, ganharam 6%. (Edgar Maciel, com informações da Dow Jones Newswires)