O dólar teve queda de 0,89% nesta sexta-feira (26), cotado a R$ 5,116, após a divulgação da prévia da inflação no Brasil. Na semana, a moeda norte-americana recuou 1,6%.
Já o Ibovespa fechou o dia com alta de 1,51%, aos 126.526,27 pontos. A alta é a maior desde 8 de abril, quando a B3 subiu 1,63%, chegando aos 128.857,16 pontos. A alta na semana foi de 1,12%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.
O que aconteceu
Mercado reage à prévia da inflação no Brasil. A prévia voltou perder força e avançou 0,21% em abril, ante alta de 0,36% apurada em março, mostram dado divulgados nesta sexta-feira (26) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) subiu menos do que o esperado em abril, com uma queda nos custos de transportes compensando o peso dos preços de alimentos, levando a taxa em 12 meses a ficar abaixo de 4%.
A alta do indicador é a menor para meses de abril desde a deflação de 0,01% registrada em 2020. Com a variação, a prévia da inflação acumula alta de 3,77% nos últimos 12 meses, resultado abaixo apurado para o período finalizado em março (4,14%). No ano, o IPCA-15 avança 1,67%.
Palestra do presidente do Banco Central também é monitorada. Roberto Campos Neto disse, referindo-se ao cenário de juros dos Estados Unidos, que é difícil precisar a tendência para o dólar nos próximos meses. "Não existe relação mecânica entre moeda e diferencial de juros. Mas com os juros mais fortes [nos EUA] por mais tempo, a tendência é de que o dólar fique mais forte", disse ele, durante palestra no evento Cenário e Perspectivas para o Brasil.
Investidores também reagem positivamente a dados de inflação dos Estados Unidos amplamente em linha com o esperado. O índice PCE de preços, favorito do Fed (Federal Reserve; Banco Central dos EUA) para monitorar a inflação, subiu 0,3% no mês passado, informou o Departamento de Comércio dos EUA nesta sexta-feira. Os dados de fevereiro não foram revisados e mostram um aumento de 0,3% do PCE. Nos 12 meses até março, a inflação aumentou 2,7%, depois de avançar 2,5% em fevereiro.
"A chance de o Fed começar a cortar de juros em setembro voltou ao radar", afirmou Helena Veronese, economista-chefe da B. Side. Na véspera, dados mais fortes do que o esperado da inflação medida pelo PCE no primeiro trimestre levaram participantes do mercado a adiar as apostas sobre o momento do primeiro afrouxamento do Fed para novembro ou até dezembro.
"Rendimento dos Treasuries lá fora perde o fôlego, e o dólar usualmente acompanha", disse Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital. As taxas dos Treasuries de dez anos, referência global para investimentos, aceleraram a queda depois que dados mostraram que a inflação nos Estados Unidos aumentou moderadamente em março, ficando em linha com as expectativas do mercado.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)
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