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Desigualdade volta a diminuir no Brasil, mas Centro-Oeste destoa, aponta pesquisa

Maurício Savarese<BR><br>Do UOL Notícias<BR><br>Em São Paulo

18/09/2009 10h01

(Texto atualizado às 12h43)

A desigualdade social diminuiu no ano passado no Brasil, mostram dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira. O destaque negativo no indicador ficou com a região Centro-Oeste, única onde não houve redução.

A desigualdade é medida pelo índice de Gini, uma fórmula que aponta as discrepâncias sociais. O indicador varia entre zero e um. Quanto mais próximo de zero o indicador estiver, melhor é a distribuição de renda.


Segundo a pesquisa, que contabiliza pessoas empregadas e com renda, a média nacional individual caiu de 0,535 em 2007 para 0,531 no ano passado. Em 2004, primeiro ano da série histórica fornecida pelo IBGE, esse número era de 0,559.

Levando em conta os rendimentos dos domicílios (inclui a situação de toda a família, não só dos indivíduos separadamente), o índice passou de 0,521 em 2007 para 0,515 no ano passado. Todas as regiões apresentaram redução nesse indicador, informou o IBGE.

A queda mais destacada no indicador referente à desigualdade entre os rendimentos mensais das pessoas aconteceu na região Norte, onde o índice caiu de 0,508 para 0,498. No Sudeste, o recuo foi de 0,510 para 0,507, enquanto no Sul houve retrocesso de 0,505 para 0,498.

Na região Nordeste, "como o aumento do rendimento se deu em todos os estratos, não houve impacto relevante na concentração dos rendimentos", afirmou o IBGE. Ali a variação foi mínima: de 0,540 para 0,539. No Centro-Oeste, houve piora no indicador, que aumentou de 0,564 para 0,567.

"Vale registrar que, numa comparação com o passado recente (2004), a evolução dos índices mostra melhora na distribuição de rendimentos de trabalho para todas as grandes tegiões. No Centro-Oeste, a queda do índice foi menos expressiva", diz o texto do IBGE.

No Distrito Federal, foi registrada a maior diferença na distribuição de renda do país. O índice de Gini marca 0,618 ponto, bem acima do segundo colocado, o Piauí, com 0,579.

Segundo a analista do IBGE Adriana Beringuy isso ocorre porque a parcela da população que trabalha no serviço público tem salários maiores.

"No Distrito Federal, coexistem os funcionários do setor público, com rendimentos melhores, e uma população ocupada em setores de rendimentos mais baixos."

Homens e mulheres
Na comparação nacional entre homens e mulheres, o índice de Gini mostrou melhorias somente para eles em 2008: o número seguiu a trajetória de queda dos últimos anos, caindo de 0,534 para 0,526 no ano passado. Entre as mulheres, o indicador subiu de 0,517 para 0,519.

As mulheres só viram recuar seu índice de Gini em 2008 na região Norte: de 0,513 a 0,510. O prejuízo feminino veio principalmente nas regiões Nordeste (de 0,527 para 0,532) e Sul (0,474 para 0,479).

Para os homens, o indicador caiu em todas as regiões brasileiras. O recuo mais acentuado foi na região Norte: de 0,495 para 0,479.

(Colaborou Piero Locatelli, do UOL Notícias em Brasília)

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