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Jogos nas redes sociais ampliam mercado de games para pequenas empresas

Larissa Coldibeli

Do UOL, em São Paulo

29/11/2012 06h00

Os jogos em redes sociais criaram um novo mercado para a indústria de games e uma oportunidade única para as micro e pequenas empresas do setor. A possibilidade de distribuir jogos online, seja por download ou por venda em lojas virtuais, torna o negócio de baixo custo, pois dispensa o distribuidor e facilita o acesso direto aos jogadores.

Outras formas de atuação dentro do mercado nacional são a produção de jogos sob encomenda para empresas, com fins publicitários, de treinamento de funcionários, ou os educacionais, que podem ser comercializados para o governo e para escolas particulares.

Delmar Galisi, coordenador e professor do curso de designer em games da Anhembi Morumbi, enxerga um mercado nascente e, por isso, um campo vasto a ser explorado. “Ainda há muito a ser feito e desenvolvido no Brasil.”

De acordo com Ale McHaddoo, organizador do BIG Festival (Brazilian International Game Festival),  evento do setor que ocorre de 22 de novembro a 2 de dezembro, em São Paulo, quem atuar em setores especializados tem mais chances de lucrar.

“O mercado é potencialmente rentável, mas ainda não está maduro. Para se destacar, a empresa que pretender começar a produzir games hoje no Brasil precisa focar na produção para setores específicos”, afirma McHaddoo.

Apostar em plataformas móveis (para tablet e celular) e jogos de computador também são os caminhos iniciais para entrar nessa indústria. No entanto, apesar das oportunidades, é essencial fazer um planejamento antes de tentar a sorte no mercado. “Muitas empresas começam porque os empreendedores têm vontade de lançar um jogo próprio, mas fecham depois de lançar o primeiro produto”, diz o organizador do BIG Festival.

O UOL preparou 10 dicas para interessados em abrir uma empresa no ramo.

Consumo de jogos em redes sociais cresceu 20% no Brasil

Um estudo da NewZoo, empresa de pesquisa de mercado em games que atua em 13 países, divulgado este mês, mostra que o número de consumidores de jogos em redes sociais cresceu 20% no Brasil em comparação a 2011, ante 17% dos Estados Unidos, considerado um mercado maduro.

“Com a internet, o mercado está passando por um momento de grandes possibilidades de distribuição de jogos, como nunca houve. Antes, as empresas dependiam do distribuidor para levar os jogos às prateleiras, era um modelo de negócio restrito. Hoje, elas podem publicar o game online e atingir o consumidor diretamente”, diz  McHaddoo.

Ainda assim, segundo ele, o produto brasileiro não encontrou o seu espaço no mercado de jogos de entretenimento. O setor é dominado por grandes empresas internacionais, que têm experiência, tecnologia e estrutura para produzir games para os consoles mais vendidos do mercado, como o Xbox, da Microsoft, o PlayStation, da Sony, e o Wii, da Nintendo.

Visão de negócios e equipe multidisciplinar ajudam a ter sucesso

Luiz Sakuda, professor de empreendedorismo da FEI, diz que, antes de começar a fazer o jogo, é necessária uma pesquisa de mercado para saber se há demanda e se ele será bem recebido. “Não adianta fazer o jogo que o empreendedor gostaria de jogar e que o mercado não quer comprar. É preciso ter visão de negócios, que muitas vezes falta nos jovens.”

As empresas, normalmente, são responsáveis por todas as etapas do processo – conceito, roteiro, programação, direção artística, lançamento --, pois ainda não há uma cadeia de serviços para a indústria de games no Brasil. Por isso, Sakuda recomenda uma equipe com talentos diversificados e complementares.

Começar uma empresa de games, em geral, não exige investimento inicial alto, mas, como toda empresa, leva uma média de dois anos até que comece a dar retorno. Por isso, além do capital para produção do jogo, é importante ter dinheiro suficiente para pagar as contas e as pessoas envolvidas no projeto, além de investir em publicidade, depois do jogo já pronto.

Cassio Spina, fundador da Anjos do Brasil, entidade de fomento ao investimento-anjo, diz que, para conseguir capital de terceiros para o negócio, é importante ter qualidade e capacidade de execução.

“O investidor-anjo, normalmente, aplica entre R$ 50 mil e R$ 500 mil para lançar uma empresa no mercado. Há muitas iniciativas no setor de games, algumas até exigem investimento mais baixo do que esse, mas os empreendedores precisam inovar no tipo de jogo e no modelo de negócio para as empresas terem sucesso”, declara.

Serviço
BIG - Brazilian Internacional Game Festival 
Data: de 22 de novembro a 2 de dezembro
Local:  MIS (Museu da Imagem e do Som de São Paulo)
Endereço: Avenida Europa, 158 - Jardim Europa, São Paulo – SP
Horário: das 12h às 22h (dias úteis) e das 11h às 21h (fins de semana)
Entrada grátis
www.bigfestival.com.br