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EUA autorizam Boeing a testar 787 com nova bateria

Do UOL, em São Paulo

13/03/2013 10h20

A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (12) o plano da Boeing para certificar um sistema de bateria redesenhado para o 787 Dreamliner.

A decisão da FAA é o primeiro passo para que o problemático 787 possa voltar ao ar, depois que voos da aeronave foram cancelados em todo o mundo, por causa de dois incidentes envolvendo queima de baterias.

"Não permitiremos que o avião volte a serviço a menos que estejamos convencidos de que o novo desenho garanta a segurança da aeronave e de seus passageiros", disse o Secretário de Transportes dos EUA, Ray LaHood, em comunicado.

A nova bateria da Boeing, que foi apresentada à FAA no fim de fevereiro, é desenhada para diminuir chances de curto circuito e melhor isolar as células dentro da bateria. A nova bateria também possui um sistema de contenção e ventilação para impedir danos mesmo em caso de fogo.

A FAA disse que o novo desenho precisa ser aprovado em uma série de testes antes de os 787 poderem voltar aos céus e que a agência estará "envolvida de perto" no processo de certificação.

"A aprovação de hoje pela FAA é um marco importante e positivo na direção de levar a frota a voltar a voar e continuar a cumprir a promessa do 787", disse o presidente-executivo da Boeing, Jim McNerney, em comunicado.

Embora suas fábricas continuem a produzir o 787, a Boeing está perdendo um montante estimado em US$ 50 milhões por mês enquanto a proibição não é revogada.

 

Histórico de falhas no modelo

O Boeing 787 Dreamliner protagonizou seis incidentes em menos de dez dias.

No dia 7 de janeiro, em Boston, um 787 da Japan Airlines (JAL) proveniente do Japão teve um princípio de incêndio em terra. No dia seguinte, outro voo da JAL que partia de Boston foi atrasado por um vazamento de combustível.

No dia 9 de janeiro, um voo da All Nippon Airways realizado por outro Boeing 787 foi cancelado no país asiático por causa de um problema nos freios.

No dia 11, também no Japão, dois incidentes aconteceram a bordo de dois Boeing 787 da ANA: um voo foi cancelado por causa de uma rachadura no vidro da cabine, e outro foi atrasado por causa do vazamento de óleo.

No último incidente, em 16 de janeiro, um 787 Dreamliner da ANA fez um pouso não programado no aeroporto de Takamatsu, no sul do Japão. Segundo a empresa, foi detectada fumaça na cabine, causada pela falha em uma bateria.

Modelo fez primeiro voo comercial em 2011

Reguladores dos EUA levantaram dúvidas sobre a confiabilidade do 787 em longas rotas transoceânicas, publicou o jornal "Wall Street Journal".

O Dreamliner é o primeiro avião do mundo construído com compósitos de carbono e possui preço de tabela de US$ 207 milhões.

O modelo fez seu primeiro voo comercial no final de 2011, depois que uma série de atrasos de produção deixou as entregas do modelo três anos atrás do planejado. Até o final do ano passado, a Boeing vendeu 848 Dreamliners e entregou 49 unidades do modelo.

(Com informações da Reuters)