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BNDES abandona política de criação de 'campeãs nacionais', diz jornal

Folhapress
Imagem: Folhapress

Do UOL, em São Paulo

22/04/2013 09h56

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Luciano Coutinho, afirmou que o banco abandonou a política de criação de "campeãs nacionais". As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".

De acordo com reportagem desta segunda-feira (22), o presidente afirmou que a política tinha "méritos" e "chegou até onde podia ir".

De acordo com Coutinho, o país tem potencial limitado para projetar empresas líderes. Ele citou os setores de petroquímica, celulose, frigoríficos, siderurgia, suco de laranja e cimento.

A estratégia de criação de empresas "campeãs nacionais" foi iniciada há seis anos, quando Coutinho já era presidente do BNDES, para incentivar fusões e aquisições. 

Nos últimos seis anos, de acordo com o "Estado de S. Paulo", o BNDES injetou cerca de R$ 18 bilhões nos frigoríficos JBS e Marfrig, na Lácteos Brasil (LBR), na Oi e na Fibria.

Algumas das empresas estão em situação delicada, como a LBR, em processo de recuperação judicial, e o Marfrig.

Os defensores da política dizem acreditar que é preciso fortalecer companhias para que elas sejam competitivas no mercado internacional.

Críticos da política afirmam que, dessa forma, o governo promove concentração de mercado, não atinge o objetivo de internacionalização e tira recursos de outros setores.

Segundo Coutinho, o BNDESPar, braço de participações do BNDES, tem se concentrado em investir em empresas de tecnologia de informação e empresas supridoras de bens de capital.

Ele não comentou as operações com as empresas de Eike Batista, e afirmou apenas que "o BNDES está tranquilo em relação ao grupo EBX".

Investimento deve crescer 5% neste ano, diz Coutinho

Em entrevista ao jornal, o presidente do BNDES afirmou que o investimento no país deve crescer "pelo menos 5% neste ano". Em 2014, Coutinho diz acreditar em uma taxa de crescimento de 8%, o que levaria os investimentos ao patamar de 20%.

Ele admitiu que a taxa ainda é insuficiente para sustentar o crescimento do país, mas lembrou que a crise econômica no final de 2008 interrompeu o ritmo de investimentos. "O Brasil está retomando uma trajetória virtuosa em que o crescimento volta a ser liderado pelos investimentos".

Ele aposta em um crescimento de 3% a 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2013, e de 4,5% para o ano que vem.