Investigação de construtoras é boa para "sanear" o mercado, diz Sinduscon

O envolvimento de grandes empreiteiras no escândalo de propinas da Petrobras, apurado pela operação Lava Jato, da Polícia Federal, é bom para "sanear" o mercado e não deve afetar obras no país no próximo ano, mas terá repercussões na construção em 2016.

A avaliação é do presidente do Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), José Romeu Ferraz Neto.

"Acreditamos que possa ter reflexo no desenvolvimento de obras de infraestrutura em 2016; o fato de estar sendo investigado é bom a médio e longo prazo para sanear o mercado e ter mais recursos para investir", afirmou.

O presidente do sindicato não estimou o impacto em números que a investigação possa ter no setor, falando apenas da tendência.

Ele disse que a operação não deve afetar o mercado ainda em 2015 porque as obras do ano que vem já estão contratadas.

O Sinduscon também prevê que o setor de construção não deve crescer, e o emprego no setor deve se reduzir em 2015.

A previsão foi feita a partir de um estudo realizado em parceria com a FGV (Fundação Getúlio Vargas) e apresentado nesta segunda-feira (24).

O emprego na construção deve cair 2%, e a produção e comércio de insumos deve cair 1,5%, também segundo projeções do Sinduscon.

Ao avaliar que o setor não crescerá, o sindicato se refere à riqueza total produzida pela construção, uma espécie de "PIB" de todas as empresas da área (também chamado de valor agregado).