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Ganhos em empregos e salários nos EUA abrem porta para alta de juros no meio do ano

06/02/2015 12h11

Por Lucia Mutikani

WASHINGTON (Reuters) - O crescimento do emprego nos Estados Unidos avançou de modo sólido em janeiro e os rendimentos tiveram forte recuperação, numa mostra de força fundamental na economia que coloca de volta à mesa a possibilidade de uma elevação nos juros no meio do ano pelo Federal Reserve, banco central do país.

Foram criadas 257 mil vagas fora do setor agrícola no mês passado, informou o Departamento do Trabalho nesta sexta-feira (6). Os dados para novembro e dezembro foram revisados para mostrar 147 mil vagas criadas a mais do que relatado anteriormente.

Com 423 mil, os ganhos no emprego em novembro foram os maiores desde maio de 2010, quando o emprego foi impulsionado pelas contratações do governo para o censo.

Apesar de a taxa de desemprego ter subido para 5,7% ante 5,6% no mês anterior, isso foi causado por um aumento na força de trabalho, um sinal de confiança no mercado de trabalho.

Janeiro marcou o décimo primeiro mês consecutivo de ganhos acima de 200 mil nos empregos, a mais longa sequência desde 1994.

Economistas consultados pela Reuters previam aumento de 234 mil vagas no mês passado e taxa de desemprego em 5,6%.

A contínua melhora no mercado de trabalho veio apesar da desaceleração na economia. O crescimento lento no exterior e preços mais baixos de petróleo têm pesado sobre as exportações e o investimento de empresas.

Os rendimentos subiram em US$ 0,12 no mês passado após terem recuado em US$ 0,05 em dezembro. Isso levou o ganho na base anual a 2,2%, o maior desde agosto.

As expectativas para a elevação da taxa de juros haviam sido adiadas para setembro após a queda inesperada dos rendimentos em dezembro.

Os fortes ganhos no emprego e a melhora nos salários podem solidificar as expectativas de um aperto na política monetária em junho.

A retomada nos rendimentos provavelmente se combinará com os preços mais baixos de petróleo para oferecer um forte vento favorável aos gastos de consumidores e manter a economia crescendo a um ritmo bastante saudável, apesar da turbulência global.

O crescimento desacelerou para um ritmo anual de 2,6% no quarto trimestre.

Em janeiro, foram criadas 267 mil vagas no setor privado. As contratações no setor privado em novembro e dezembro também foram revisadas para cima. Os aumentos de vagas no setor privado em novembro foram os maiores desde setembro de 1997.

A indústria criou 22 mil empregos em janeiro. Os empregos no setor de construção cresceram em 39 mil em janeiro, após uma alta de 44 mil em dezembro.

O setor varejista criou 45.900 vagas após uma forte desaceleração em dezembro. Os únicos setores com fraqueza foram o público, onde os empregos caíram em 10 mil, e o de transportes, com queda de 8.600 vagas, o primeiro recuo desde fevereiro do ano passado.

Os empregos temporários caíram em 4.100, a primeira queda em um ano.