Brasil abre 132.714 empregos com carteira assinada em outubro, mostra Caged
O Brasil registrou 132.714 contratações com carteira assinada em outubro, segundo dados Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os valores foram apresentados nesta quarta-feira (27) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
Como foi o Caged
Brasil contratou mais do que demitiu pelo 10º mês seguido. O saldo positivo de outubro ocorreu com 2.222.962 admissões e 2.090.248 desligamentos no mês. No mesmo período do ano passado, o país criou 204.670 vagas formais de trabalho.
Saldo positivo é o menor da série histórica do Novo Caged para outubro. A metodologia do indicador foi inaugurada em 2020, ano que marca também a maior criação de vagas formais para o mês: 365.979 postos. Em 2021, 2022 e 2023, foram abertos, respectivamente, 252.791, 160.359 e 187.083 novos postos com carteira assinada em outubro.
Novo Caged representa perda de ritmo da criação de vagas formais. O saldo de 132.714 postos abertos é 46,4% menor em relação às 247.818 contratações registradas em setembro. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, atribui o resultado à sazonalidade da criação de vagas. "O final do ano sempre tem uma adequação", analisa.
Total de vagas aberta em 2024 atinge 2.117.473 empregos. O valor conta com mais contratações do que demissões em todos os setores analisados. No acumulado dos 12 meses finalizados em outubro de 2024, o saldo alcançou 1.787.839 postos de trabalho.
Marinho afirma que elevação dos juros prejudica o mercado de trabalho. O ministro diz que o BC (Banco Central) "não foi colaborativo" ao analisar os indicadores e auxiliar a não interromper o ritmo de crescimento da economia. "Quando se aumenta juros, você aumenta as despesas e inibe investimentos", lamentou.
Espero que a nova composição do Conselho de Gestão do Banco Central possa ter mais criatividade e mais responsabilidade.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho
Resultados confirmam dados divulgados pelo IBGE. As divulgações mais recentrem da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mostram que o Brasil tem a menor taxa de desemprego da série histórica, iniciada em 2012. O desempenho é oriundo do recorde de profissionais com carteira de trabalho (39 milhões).
Salários
Remuneração média de admissão cai em outubro. Os números do Ministério do Trabalho indicam que os trabalhadores contratados formalmente em outubro recebem, em média, R$ 2.153,18. O valor é R$ 18,96 (-0,87%) menor em comparação com setembro (R$ 2.172,13).
Na comparação anual, os salários aumentaram. Na comparação com outubro de 2023, a remuneração média destinada no momento de admissão apresentou ganho real (acima da inflação) de R$ 24,53 (+1,15%). Segundo a pasta, o valor "desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês".
Setores
Criação de vagas foi puxada por três dos cinco segmentos. O destaque ficou novamente por conta do setor de serviços, com saldo de 71.217 postos formais de trabalho em outubro. Em seguida, aparecem o comércio (44.297 vagas) e a indústria (23.729 postos),
Construção Civil e agropecuária fecharam postos formais. Em outubro, os segmentos tiveram um saldo negativo de vagas de, respectivamente, 767 e 5.757 colocações de trabalho com carteira assinada. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirma que as perdas são "ajustes costumeiros".
Corte de gastos
Marinho afirma que o ministério será atingido pelo corte de gastos. De acordo com o ministro, a proposta a ser apresentada pela equipe econômica para o cumprimento das normas do arcabouço fiscal. Ele antecipa que, além das alterações no Imposto de Renda, as medidas atingirão "super salários e impostos para os super ricos". "Vem tudo, um pacote completo", afirmou ele, que descartou mudanças no seguro-desemprego.
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Quero receberMinistro ameaçou pedir demissão caso não fosse consultado sobre os cortes. Ao divulgar os dados do Caged no mês passado, Marinho negou ter realizado reuniões para debater os impactos na pasta. Agora, ele garante que o projeto apresentado conta com seu aval. "Eu disse que se eu não fosse envolvido, que eu colocaria meu cargo à disposição. Isso era sério. Mas fui envolvido", disse.
Tem as minhas digitais nos debates colocados. Vocês poderão ver que é completamente diferente do que estava sendo anunciado até então.
Luiz Marinho, ministro do Trabalho
O que é o Caged
O indicador mede o andamento do mercado formal. Divulgado mensalmente pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados recebe relatórios das empresas para definir a quantidade de contratações e demissões com carteira assinada no Brasil.
Informações do Caged são coletadas pelo eSocial. O sistema que unifica as informações de trabalhadores e empresas. A adoção extinguiu o modelo antigo para a coleta das informações e resultou na criação do Novo Caged, que traz as estatísticas do mercado formal de trabalho desde janeiro de 2020.
Caged usa metodologia diferente da Pnad, do IBGE. Ainda que ambos os indicadores tragam informações sobre o mercado formal, as divulgações da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) são mais completas e definem o nível de desemprego. A base da pesquisa é movimento do mercado dento de um intervalo de três meses.
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