Bradesco tem queda de 8% no lucro do 2º tri e corta projeção de crédito para o ano
SÃO PAULO (Reuters) - O Bradesco informou nesta quinta-feira (28) que teve lucro líquido contábil de R$ 4,134 bilhões entre abril e junho, queda de 7,6% sobre igual período do ano passado, apresentando mesma performance em termos ajustados.
O banco informou ainda que cortou previsões para este ano. A perspectiva de expansão da carteira de crédito foi reduzida para um intervalo de queda de 4% a estabilidade sobre 2015 ante estimativa anterior de crescimento de 1% a 5%.
O Bradesco também ampliou a projeção de despesas para perdas com inadimplência de clientes. A projeção anterior de R$ 16,5 bilhões a R$ 18,5 bilhões foi elevada para entre R$ 18 bilhões e R$ 20 bilhões. No primeiro semestre apenas, a conta somou R$ 10,472 bilhões ante R$ 7,130 bilhões no mesmo período de 2015.
Segundo o banco, o crescimento na provisão no semestre ocorreu em boa parte pelo "efeito do alinhamento do nível de provisionamento de determinadas operações com clientes corporativos, com destaque a um caso específico".
O Bradesco não identificou o caso específico no balanço, mas entre os pedidos de recuperação judicial do primeiro semestre estão a empresa de sondas de exploração de petróleo Sete Brasil, fornecedora da Petrobras, e o grupo de telecomunicações Oi.
O resultado do Bradesco foi publicado após o banco ter concluído em 1º de julho a compra do HSBC Brasil, ao pagar 16 bilhões de reais, e emparelhou com o rival Itaú Unibanco na disputa pelo ranking de maior instituição financeira privada do país.
O balanço foi divulgado um dia após o rival Santander Brasil ter publicado crescimento no lucro líquido do segundo trimestre.
O estoque de crédito total do Bradesco teve contração de 3,4% em 12 meses encerrados em junho, a R$ 447,492 bilhões.
O índice de inadimplência acima de 90 dias cresceu para 4,6%. No primeiro trimestre, o índice tinha sido de 4,2%, o pico em quase quatro anos, após subir pelo quinto trimestre seguido.
A rentabilidade anualizada sobre o patrimônio líquido médio, índice que mede como um banco remunera o capital de seus acionistas, ficou em 17,4% ante 17,5% no primeiro trimestre e 20,8 por cento um ano antes. A rentabilidade do primeiro trimestre já tinha sido a pior em pelo menos uma década.
O Bradesco, porém, conseguiu avanço de 3,4% nas receitas com tarifas e serviços sobre um trimestre antes, para R$ 6,624 bilhões. Ano a ano, o montante subiu 8,3%.
As despesas administrativas e de pessoal somaram R$ 8,152 bilhões, incremento de 3,6% sobre o trimestre anterior e alta de 8,1% contra um ano antes.
(Por Alberto Alerigi Jr.)
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