Cai número de categorias com reajustes acima da inflação, diz Dieese
A maioria dos reajustes salariais concedidos no primeiro semestre do ano trouxe aumento real para os trabalhadores. Contudo, menos categorias conseguiram aumentar o salário em relação ao verificado no ano passado, de acordo com balanço divulgado nesta quinta-feira (22) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Neste ano, 85% das 328 unidades de negociação analisadas tiveram reajuste nos salários acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Em 2012, 96,3% das categorias tiveram aumento real.
O ganho médio acima da inflação foi de 1,19%, também mais tímido dos que os 2,26% registrados ano passado. O porcentual de 2013 é o menor dos últimos quatro anos.
Ainda no primeiro semestre de 2013, 7% das categorias tiveram aumento igual ao INPC, enquanto o reajuste de outras 8,5% não serviu para cobrir a inflação. Nessa última classificação, no ano passado, enquadrou-se apenas 0,9% das categorias.
Na avaliação de José Silvestre, coordenador de relações sindicais do Dieese, as negociações salariais neste ano estão sendo mais duras. "Há menor fôlego por parte das empresas em conceder reajustes acima da inflação", diz.
Comércio reajusta melhor
Na divisão por setores econômicos, os trabalhadores do comércio conseguiram reajustes melhores. Ao todo, 97,8% das unidades de comércio tiveram reajuste acima da inflação. Na indústria, a fatia foi de 85,2%. Com menos tradição sindicalista, o setor de serviços teve a menor porcentagem: 84,5%.
Dentro da indústria, o setor de construção e mobiliário deu o maior aumento real, de 1,92%. Ano passado o ganho foi maior, de 3,37%. Na outra ponta, fiação e tecelagem deu reajuste real de 0,62%, o menor entre os oito setores destacados pelo Dieese.
No total da indústria, o ganho real foi de 1,22%, abaixo dos 2,32% verificados e 2012 e o menor desde 2009 (0,69%).
Nordeste paga mais
Também utilizando o aumento real médio, no recorte por regiões, os reajustes maiores aconteceram no Nordeste (1,28%), seguidos por Sul (1,24%) e Sudeste (1,19%). No Centro-Oeste o ganho real ficou em 1,01% e no Norte em 0,98%.
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