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Indicadores da FGV mostram piora do mercado de trabalho em janeiro

12/02/2015 09h50

Indicadores da FGV (Fundação Getulio Vargas) que acompanham o mercado de trabalho mostram deterioração da oferta de vagas neste início de ano, após resultados positivos no fim de 2014.

O Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp), que procura antecipar a tendência do mercado, caiu 2,4% em janeiro, para 74,2 pontos, após avançar 2% em dezembro de 2014. O resultado coloca em dúvida a continuidade da recuperação esboçada a partir de outubro e sinaliza desaquecimento do mercado de trabalho para o começo de 2015, diz a FGV.

"A tendência positiva observada ao longo dos últimos três meses de 2014 mostra sinais de reversão, um movimento esperado, dada a perspectiva de continuidade da fase de crescimento lento da economia e dos ajustes macroeconômicos previstos para 2015. As famílias esperam enfrentar mais dificuldades em conseguir emprego nos próximos meses e empresários projetam um cenário pior para os negócios no primeiro semestre do ano", afirma Sarah Lima, economista da FGV/Ibre, em nota.

Dentre as variáveis que contribuíram para a queda do IAEmp este mês, destacaram-se os indicadores de tendência dos negócios das Sondagens da Indústria e de Serviços, que variaram -9,2% e -7,6%, respectivamente. A avaliação sobre a disponibilidade de emprego futuro dos consumidores também contribuiu, ao variar -5,8% na margem.

Já o ICD (Indicador Coincidente de Desemprego) da Fundação Getulio Vargas, por sua vez, avançou 4,8% em janeiro de 2015, atingindo 77,1 pontos - nível semelhante a março de 2010. O forte avanço do indicador contribui para a confirmação da tendência de piora no mercado de trabalho observado ao longo de 2014.

"A tendência negativa é confirmada mais uma vez. A percepção de piora, do ponto de vista do consumidor, é generalizada, embora as famílias classificadas nas faixas de renda mais altas tenham tido mais peso nesse resultado", afirma Sarah Lima.

O ICD é construído a partir de dados desagregados, em quatro classes de renda familiar, do quesito da Sondagem do Consumidor que capta a percepção do entrevistado a respeito da situação presente do mercado de trabalho. Desse modo, o indicador capta puramente a percepção das famílias sobre o mercado de trabalho, sem refletir, por exemplo, a diminuição da procura de emprego motivada por desalento, observa a FGV.