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OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Qual a nova jornada das marcas no mundo das NFTs?

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Imagem: Reprodução

08/04/2022 08h01

O cenário mudou: as interações com consumidores são baseadas em novas tecnologias, como AR, VR, XR e Metaverso. E esta é a "buzzword" que não é consenso comum, mas que está provocando fortes emoções quando o assunto é experiência "meta-imersiva", ou seja, que mescla os mundos físico e digital.

Há controvérsia e não existe humanidade no tema. Há quem diga que ele é o futuro, outros já vivem o presente. Mas estamos prontos para isso?

A nova experiência do consumidor precisa ser adaptada para oferecer valor que retenha a fidelidade do público. Enquanto a tecnologia desempenha um papel importante nesse sentido, impulsionando as perspectivas das marcas, as estratégias inovadoras estão ganhando cada vez mais espaço de forma exponencial.

Vemos grandes empresas e marcas entrando, testando e aprendendo com a WEB3. E as NFTs (non-fungible tokens), que viabilizam toda essas transações e monetizam a interação de conteúdo de toda essa cadeia, ganham diariamente um espaço especial.

Será que as marcas estão preparadas para entrar nesse mundo das NFTs?

No Brasil as NFTs ainda são novidade, porém, caminham a passos largos. Um mercado com poucos players que ainda entendem o assunto apenas como asset financeiro e que não compreendeu todas as possibilidades desse gigante universo.

Elas apareceram como a promessa de uma nova economia: a economia de bens digitais. Hoje, são valiosas por sua escassez e possuem forte apelo das "novas comunidades" como uma forma de gerar experiências digitais. Elas são as formas de remuneração de toda uma cadeia que envolve o metaverso. Mas toda essa tecnologia não faz nada sozinha.

Listei alguns pontos que acredito ser importantes para iniciar essa "nova" jornada:

Comece - DAY ONE: o projeto precisa ser simples, de fácil interpretação e rápido entendimento do target.

- Busque um parceiro para o negócio que fale sobre comunicação/marketing/socioambiental, e não somente de tokenização, smart contract e dinheiro.

- Toda a base tem que estar aquecida sobre o tema.

- Inicie com um marketplace de NFTs com poucos itens.

- Fale com o target e colha feedbacks.

- Fomente a utilização e valorize o conteúdo.

Crie uma comunidade: se o target já possui um ativo digital da sua marca, agora é manter essa chama acesa.
Entenda de que forma os clientes que possuem essa NFT podem interagir entre eles e com a marca, e como humanizar e aproximar essa relação.

Planeje, dentro do roadmap do token/NFT, experiências "reais" atreladas a um item digital, isso reforça a relação marca/consumidor/cliente.

Crie coleções e itens exclusivos para essa nova comunidade, antecipe lançamentos e crie collabs.

Aproxime o consumidor que possui os ativos da empresa com experiências em fábricas, escritórios, pesquisas. O digital pode ser uma porta de acesso ao físico.

Realize um "pre-sale", para garantir a entrada automaticamente na "seleta lista" que dá direito à compra exclusiva de novas coleções de NFTs.

Envolva outras disciplinas, collab, causas socioambientais:

Música, arte, influenciadores, esporte, ESG, CO2, blockchain, NFT e o produto/serviço. Todos juntos e misturados, formando uma "metasalada de siglas".

Já pensou em ser dono da sua música preferida? Ter acesso vitalício no estádio do seu time, com direito a muitas outras experiências?

Entenda de que forma experiências de musicais, bandas e artistas podem interpolar como item exclusivo de produtos/negócios?

Busque maneiras para as NFTS e experiências em esportes estarem juntas do projeto.

Pense em uma ativação de marca com uma pitada de cobranding entre artistas, em uma plataforma de eSports? Tudo isso com entregáveis que levam ao marketplace de NFTs próprio.

Torne toda essa iniciativa com reversão socioambiental. Projetos com tokens sustentáveis estão em uma vertente exponencial, onde as NFTs revertem parte da receita diretamente via blockchain, para projetos sociais.

Avatares, forte tendência

Estamos na era da sinergia de experiências, da promessa efetiva de metaversos e uma vasta opção de plataformas que impulsionam a criatividade digital.

Com a popularização do tema e o aumento nos casos de marcas envolvendo interações virtuais, os avatares terão influência direta nesse ambiente, ajudando na propagação onde influenciadores digitais assumem formas humanas e vêm sendo utilizados como forma de interação, engajamento e venda.

A escalabilidade e sua onipresença tornam os avatares uma forte tendência para marcas, produtos e serviços.

Resumindo: avatar é uma ótima oportunidade de personificar a marca para entrar nesse segmento, ser o seu "porta voz" ou facilitador nessa sopa de letrinhas que é atualmente a WEB3.

Enfim, a grande verdade é que estamos vivendo uma avalanche de informações, mas é importante lembrar: é preciso ter contexto, relevância, valor e experiência para o consumidor. Não basta tokenizar ativos apenas pelo "hype". É necessário prezar jornadas end to end nessa importante relação da marca com o consumidor.

O que eu posso recomendar é: COMECE!