Casal tem ideia de negócio na lua de mel; hoje fatura R$ 4,5 mi com gelato

Foi na viagem de lua de mel para a Itália, em 2015, que o casal Vitor Teixeira, 39, e Cecília Lovato, 45, tomou a decisão de investir na produção de gelatos quando retornasse ao Brasil. Apesar de ter bons empregos (ele era engenheiro de software, e ela, bancária), eles estavam insatisfeitos com o trabalho e já juntavam dinheiro para empreender. Em 2016, criaram a Pazzi Per Gelato, rede de franquias de gelaterias, em Olímpia (SP). Em 2023, a empresa faturou R$ 4,5 milhões.

Ideia do negócio surgiu na Itália

O casal já havia experimentado gelato no Brasil. Mas o interesse em abrir uma gelateria surgiu na Itália, durante a lua de mel do casal. "Foi lá que percebemos o quanto o produto era popular e querido tanto pelos italianos quanto pelos milhões de turistas que visitam o país", afirma Cecília.

De volta ao Brasil, Teixeira fez um curso de gelato com um professor italiano. "Me apaixonei pela química do gelato a ponto de convencer a Cecília que seria esse o negócio que iria mudar as nossas vidas", afirma Teixeira. Convencida, Cecília também aprendeu as técnicas e fez alguns cursos complementares. "Juntos, colocamos a mão na massa para fazer a gelateria acontecer", declara ela. Os dois dizem que sempre participam de feiras e cursos para se manterem atentos às tendências no setor.

Eles tinham carreira sólida no Brasil, mas estavam insatisfeitos e pensavam em empreender. Teixeira trabalhava como engenheiro de software em uma construtora, e Cecília era bancária no Itaú. "Nossos empregos já não faziam mais sentido e, a partir daí, começamos a buscar algo que trouxesse um propósito nas nossas vidas. Foram anos e anos guardando recursos para, quando surgisse a oportunidade, a gente estivesse pronto para investir", declara Cecília. O casal investiu R$ 500 mil no negócio.

Em 2016, eles abriram a Pazzi Per Gelato em Olímpia (SP). No mesmo ano, Teixeira se desligou da empresa onde trabalhava para se dedicar ao negócio; Cecília saiu do banco no ano seguinte.

Marca tem 28 sabores de gelato

A Pazzi Per Gelato tem picolé de frutas exclusivo para pets
A Pazzi Per Gelato tem picolé de frutas exclusivo para pets Imagem: Divulgação

São 28 sabores no cardápio. Vão desde os tradicionais, como baunilha, até os mais exóticos, como gorgonzola com goiabada, coco queimado com castanha de baru (conhecida como "baunilha brasileira") e parmesão com doce de leite. Há também um picolé feito de frutas exclusivo para pets. O produto mais vendido é a casquinha artesanal com dois sabores e recheada de Nutella (R$ 25). O tíquete médio varia de R$ 35 a R$ 40.

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No inverno, a marca aposta em produtos quentes que combinam com gelato. Entre eles, estão petit gateau, brownie, bolinho de tapioca com leite condensado, fondue e a taça merengue (combinação de morangos frescos, gelato, calda quente e cremosa de chocolate belga e suspiros). "Essas opções são vendidas apenas no inverno. É um cardápio exclusivo para a estação", diz Cecília.

Toda a fabricação é própria. A fábrica, que fica em Olímpia, produz 5 toneladas de gelato por mês, em média.

A principal diferença entre gelato e sorvete está na composição e na forma de preparo. Cecília diz que o gelato é feito com uma menor quantidade de ar, açúcar e gordura do que o sorvete, o que resulta em uma textura mais densa e um sabor mais intenso. A distribuição dos produtos para as unidades é feita de duas a três vezes na semana, em veículo próprio e refrigerado.

Franquia custa a partir de R$ 330 mil

A marca tem oito unidades em operação. São sete próprias e uma franqueada (em Barretos, no interior de São Paulo). A meta é chegar a cem unidades até 2028. "Miramos também em oportunidades fora do país", diz Cecília.

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A empresa tem três modelos de negócio: quiosque, loja de shopping e loja de rua. Uma franquia da marca custa de R$ 330 mil (quiosque) a R$ 520 mil (loja de rua).

Em 2023, a empresa faturou R$ 4,5 milhões. O lucro foi de 23%.

Além do casal, a empresa tem mais três sócios. Gustavo Boscon (diretor de expansão), Luiz Fernando Ferrari (diretor comercial) e Joségueri Celere (responsável por pesquisa e desenvolvimento) entraram na sociedade no ano passado, para atuar no processo de expansão da marca.

Faturamento caiu 80% na pandemia

Na pandemia, a Pazzi Per Gelato lançou uma linha de gelatos em taças
Na pandemia, a Pazzi Per Gelato lançou uma linha de gelatos em taças Imagem: Divulgação

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A pandemia foi um período muito desafiador para a empresa. Segundo Cecília, houve uma queda de 80% no faturamento nos primeiros três meses da pandemia, principalmente devido ao fechamento total de algumas unidades da marca localizada dentro de parque aquático e hotéis, que fecharam completamente no período.

Para enfrentar essa fase, lançamos uma linha de gelatos em taças, que são mais fáceis de transportar e entregar, e criamos uma grande campanha nas redes sociais, o que ajudou a reforçar o engajamento dos clientes e a manter a marca visível. Tudo isso ajudou a superar o impacto inicial e a adaptar a empresa às novas condições de mercado.
Cecília Lovato, cofundadora e diretora de marketing da Pazzi Per Gelato

As taças lançadas pela marca são copos recheados, montados em camadas com gelato, frutas e cremes. "Elas caíram muito no gosto dos clientes. A promoção das taças foi um esforço focado, e a resposta do público foi muito positiva, o que ajudou a manter o fluxo de receita durante esse período", afirma ela.

Diferenciais ajudam a se destacar no mercado

Apostar em gelato é um ponto positivo da marca. É o que diz Samuel Aguiar, consultor de negócios do Sebrae-SP. "A gente vive em um país tropical. Temos o sorvete e o gelato como um alimento de sobremesa, de fácil consumo e atemporal", declara.

Ter diferenciais para se destacar no mercado. "Sorvete concorre com gelatos, e gelaterias concorrem com outras gelaterias. Portanto, é preciso ter diferenciais competitivos, pensar no que fazer para o consumidor vir até a sua marca. Na Pezza Per Gelato, por exemplo, o produto para pets e um cardápio adaptado para o inverno já são diferenciais", afirma Aguiar.

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Vale desenvolver produtos para pessoas com restrição alimentar. Segundo ele, a principal matéria-prima do gelato e do sorvete é o leite. No entanto, afirma o consultor, há cada vez mais pessoas com restrição alimentar. "Portanto, vale pensar em produtos para atender esse público. É uma forma também de diversificar o cardápio", afirma.

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