Ele expandiu pastelaria; hoje fatura R$ 65 mi e tem pastéis 'diferentões'

Marcos Nagano, 61, trabalhava em um banco privado, em Curitiba (PR), quando recebeu o convite de um amigo dono da pastelaria 10 Pastéis para, juntos, expandirem o negócio via franquias. Receoso, Marcos estudou por dois anos sobre o franchising antes de, enfim, dizer sim à proposta. Com um investimento de cerca de R$ 100 mil, a dupla começou a franquear a marca em 1996. Em 2023, a empresa faturou R$ 65 milhões.

A marca é conhecida por criar sabores especiais em datas sazonais. Até o final de setembro, por exemplo, está no cardápio a linha "pastelímpicos", em homenagem aos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Já teve pastel com a massa rosa por causa do filme da Barbie e até um "pastel burguer".

"Pastel Burguer", da rede 10 Pastéis, foi feito para homenagear o dia do hambúrguer
"Pastel Burguer", da rede 10 Pastéis, foi feito para homenagear o dia do hambúrguer Imagem: Divulgação

Veja a trajetória dele

Nagano cursou faculdade de engenharia mecânica. Em 1988, ele passou em concurso público e começou a trabalhar como engenheiro na Copel, uma companhia elétrica. Um ano depois, saiu da estatal para atuar como analista de sistemas para área financeira no HSBC Private Banking (na época, Bamerindus), em Curitiba. "Queria novos desafios e tinha a vontade de ganhar mais", diz.

Em 1994, ainda no banco, ele recebeu proposta para ser sócio na expansão de uma pastelaria da cidade. O convite partiu do amigo Rui Sasazawa, com quem jogava beisebol na juventude. Sasazawa era dono da pastelaria 10 Pastéis, em Curitiba, e precisava de um sócio para expandir o negócio por meio de franquias.

Nagano demorou dois anos para aceitar o convite. No período, ele diz que estudou bastante o mercado de franchising.

Em 1996, os dois se tornaram sócios, para começar a franquear a marca. Nagano investiu mais de R$ 100 mil no negócio. "O valor foi usado para formatar a franqueadora, abrir uma fábrica de massas e uma distribuidora", diz. A primeira franquia foi aberta dois meses depois. Sasazawa saiu da sociedade em 2001. Nagano só deixou o seu trabalho no banco em 1998, para se dedicar exclusivamente ao negócio.

A fábrica de massas fica em São José dos Pinhais (PR). A capacidade de produção é de quatro toneladas de massa de pastel por dia. Para os recheios, a 10 Pastéis tem um fornecedor exclusivo, em Curitiba.

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Pastéis para datas especiais

Na linha “pastelímpicos", o pastel do Brasil tem requeijão cremoso, carne seca e mandioca
Na linha “pastelímpicos", o pastel do Brasil tem requeijão cremoso, carne seca e mandioca Imagem: Divulgação

O cardápio tem cerca de 30 opções de recheio e três tipos de massa. O pastel mais vendido é o frango mineiro, com preço a partir de R$ 10,50. A 10 Pastéis tem também pastéis com borda recheada, massa de chocolate e massa com pimenta, além de opções veganas.

A 10 Pastéis é conhecida por criar produtos e sabores especiais em datas sazonais. Uma delas foi o pastel "Barbielândia", uma edição especial na época do lançamento do filme "Barbie". A massa do pastel era rosa.

Para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, a empresa lançou a linha "pastelímpicos". Os sabores são inspirados em cinco países: Brasil (requeijão cremoso, carne seca e mandioca), França (queijo, azeitonas e champignon), EUA (carne bovina, bacon e queijo cheddar), México (massa de pimenta e recheado com chilli e nachos) e Alemanha (recheio de torta de maçã, polvilhada com açúcar e canela). Custam a partir de R$ 13. Ficam no cardápio até o final de setembro.

Outra novidade foi o "Pastel Burguer". Era composto por dois pastéis de queijo separados por alface, molho de maionese defumada, tomate, queijo e um hambúrguer de 56g de carne bovina. "A ideia surgiu para homenagear o Dia Mundial do Hambúrguer, celebrado em 28 de maio", diz Nagano. O pastel ficou no cardápio em abril e maio deste ano.

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Em 2008, Nagano decidiu expandir o cardápio. Ele incluiu saladas, porções e refeições. "O objetivo foi aumentar a competitividade nas praças de alimentação", diz. Segundo ele, isso aumentou o faturamento em 20% na época.

Franquia custa a partir de R$ 200 mil

A rede tem 66 unidades em operação, sendo apenas uma própria. São cinco modelos de negócio: loja de rua, loja de shopping, loja hiper (instalada em praças de alimentação de supermercados e atacados), loja Havan (instalada em uma loja da Havan) e loja especial (unidade instalada dentro de parques aquáticos e de diversões ou container em food park e em regiões litorâneas). Uma franquia da marca custa a partir de R$ 200 mil.

Em 2023, o faturamento da empresa foi de R$ 65 milhões. A empresa não revela o lucro. Em 2024, a meta é inaugurar mais 18 lojas e alcançar o faturamento de R$ 80 milhões. Para 2025, a estimativa é faturar R$ 115 milhões e ter 150 unidades em operação.

Queda do faturamento na pandemia

Na pandemia, entre março e julho de 2020, o faturamento caiu entre 50% e 60%. Os shoppings são os principais pontos de venda da empresa. Ao serem fechados na pandemia, isso impactou o faturamento.

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A empresa precisou contornar dois principais problemas: a falta de cadastro dos clientes e a entrega via delivery. "Tivemos que correr para fazer e digitalizar o cadastro dos clientes e ainda desenvolver uma embalagem adequada para fazer a entrega dos pastéis fritos via delivery, para que chegassem ainda quentes e crocantes ao consumidor", declara Nagano.

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