Ele começou com bicicleta de comida mexicana; restaurante fatura R$ 885 mil
Lucas Brouck, 31, comprou em 2016 uma bicicleta adaptada para vender comida mexicana em feiras gastronômicas, no Rio. A ideia era que cada consumidor montasse seu próprio burrito, com os ingredientes disponíveis. Em um ano, a marca passou a vender por delivery e, em 2022, se transformou no restaurante Jalapeño, especializado em culinária tex-mex. Faturou R$ 885 mil em 2023 e, este ano, abriu para franquias.
Começou o negócio junto com amiga
Brouck é biomédico de formação, mas sempre teve vontade de empreender com negócio de alimentação. Em 2016, a amiga Yolanda Alcântara, também biomédica, voltou de uma viagem ao exterior com vontade de comer comida mexicana de rua, fora de restaurantes tradicionais. "Ela queria uma coisa meio fast food, meio casual, sem o atendimento formal em mesas. Não encontramos nada parecido e acabamos comendo hambúrguer mesmo, em uma feira de food truck na Barra da Tijuca [no Rio]", diz ele.
Foi a primeira vez que eu vi uma food bike. De um jeito bem despretensioso, minha amiga me disse que seria uma boa ideia a gente começar uma bike de comida mexicana nesse estilo. Ela me convenceu que o negócio iria bombar.
Lucas Brouck, diretor da Jalapeño
Após 40 dias pesquisando o mercado, o negócio saiu do papel. Brouck e Yolanda investiram cerca de R$ 1.500 para comprar a bicicleta e os insumos e montar o food bike. O casal de amigos virou sócio na Jalapeño. Na época, Brouck fazia mestrado.
Aprenderam "na marra" a cozinhar pratos mexicanos. Como não sabiam cozinhar, eles tiveram que aprender a preparar os pratos típicos e montar um cardápio enxuto para vender na food bike. "Fui comer em outros restaurantes, pesquisei receitas no Google e com amigos. Fizemos muitos testes", diz ele.
Por dois anos, a Jalapeño participou de feiras gastronômicas. Funcionava no modelo de "monte o seu burrito". Eles levavam os ingredientes, e o cliente montava na hora. No início, os pratos eram feitos na cozinha da casa da mãe de Brouck, no bairro da Taquara (zona oeste do Rio). "Conforme a marca foi crescendo, o espaço ficou apertado. A solução foi alugar uma casa de vila na Taquara para montar a cozinha industrial da Jalapeño", diz.
Entramos na onda dos eventos de food truck porque era febre na época, mas os alugueis dos espaços na feira foram ficando cada vez mais caros, e os eventos cada vez mais vazios. Eu já estava preocupado que o dinheiro que estávamos fazendo nas feiras não cobrisse os custos fixos mensais da nossa cozinha industrial. Foi esse movimento que me levou a querer monetizar a cozinha colocando um delivery para funcionar no local.
Lucas Brouck, diretor da Jalapeño
No final de 2017, eles deixaram de participar de feiras gastronômicas e focaram no delivery. Somente em 2022, a marca abriu sua loja física.
Yolanda saiu da sociedade em 2017, para morar fora do país. No mesmo ano, o negócio ganhou outro sócio: Gustavo Romano, 34. Em 2022, Flávio Leal, 32, entrou na sociedade para abrir o restaurante da marca, na Taquara. Eles investiram cerca de R$ 80 mil no negócio.
Romano e Leal eram amigos de Brouck. "O Gustavo Romano me ajudou muito, dividindo os problemas daquele momento do negócio. Ele acreditou no meu sonho e embarcou com tudo. Já Flávio Leal estudou comigo no ensino fundamental e, em 2022, me chamou querendo ser franqueado da Jalapeño. Mas eu preferi que ele fosse sócio da futura franqueadora. O investimento dele foi a abertura da nossa loja modelo", diz.
Em 2019, eles já tinham a ideia de abrir uma loja física. Mas, segundo Brouck, o modelo de negócio ainda precisava de ajustes. "Ainda estávamos entendendo como iríamos nos capitalizar para isso, mas já era um plano. Mas logo veio a pandemia, que acabou nos segurando como delivery mesmo", diz Brouck.
Foi uma sorte danada a gente não ter aberto a loja. Na pandemia, a cultura do delivery se fortaleceu, e já estávamos muito preparados para atender a demanda de pedidos. Assim que o fim da pandemia foi se aproximando, nós decidimos retomar os planos da abertura da loja. E foi uma feliz coincidência ter esbarrado na vontade do Flávio Leal de abrir um negócio.
Lucas Brouck, diretor da Jalapeño
Restaurante pequeno
O espaço tem 32 m², bastante enxuto. Oferece serviço de takeaway (comprar e levar), cinco mesas na calçada e sete lugares de balcão dentro do espaço.
Newsletter
POR DENTRO DA BOLSA
Receba diariamente análises exclusivas da equipe do PagBank e saiba tudo que movimenta o mercado de ações.
Quero receberEle foi idealizado de olho em uma futura expansão pelo formato de franquias. "Não à toa, a loja foi projetada para ser enxuta e com foco no delivery e no autoatendimento, para redução de custos de futuros franqueados com obra e equipe", afirma Brouck.
Em 2023, o faturamento foi de R$ 885 mil. O lucro líquido foi de R$ 135 mil.
Expansão via franquias
No início deste ano, a empresa lançou seu modelo de franquia. O modelo de negócio são lojas físicas com atendimento de balcão e delivery. O investimento inicial na franquia é de R$ 240 mil.
A meta é abrir cinco franquias até o final do ano. Todas no Rio.
Carro-chefe é o burrito de chilli
A Jalapeño tem um cardápio enxuto. É basicamente formado por burrito, quesadilla e taco, com diferentes recheios e combinações. No horário do almoço, são servidos também outros pratos, como chilaquiles (mistura de nachos fritos com molhos) e esquites (salada de milho com queijo).
O mais vendido é o burrito de chilli (R$ 29,90). Ele é composto de arroz, feijão, carne moída, pico de gallo (ingrediente típico da culinária mexicana) e alface. "É quase uma 'pê-efe' enrolado em uma massa de trigo", diz Brouck.
Todos os alimentos são feitos em uma pequena fábrica na Taquara. Na loja, é feita a montagem dos pratos.
Quer dicas de carreira e empreendedorismo? Conheça e siga o novo canal do UOL "Carreira e Empreendedorismo" no WhatsApp.
Deixe seu comentário