A maior consultoria de tendências diz o que vai bombar no consumo em 2025
Atividades ao ar livre, gastos com experiências e consumo de produtos que tenham preocupação com a saúde mental. Estas são algumas tendências apontadas pela WGSN, empresa líder em previsões de tendência de consumo, para 2025. No segmento de franquias, a economia circular é uma tendência forte no próximo ano.
Confira algumas tendências de consumo para 2025, de acordo com a WGSN:
Gastos com experiências
Os consumidores estão buscando pequenas doses de alegria no cotidiano. A intenção é fugir de sentimentos negativos, como angústia, anseio e nostalgia. Segundo a WGSN, em 2024, houve um aumento significativo da chamada "funflation" (diversão x inflação). Essa é uma tendência em que os consumidores priorizam gastos com experiências, como shows, entretenimento e gastronomia, em detrimento de itens não essenciais, como produtos e bens materiais.
Collabs
As collabs não são uma novidade, mas devem seguir fortes em 2025. "Em tempos de mudanças rápidas e preferências fragmentadas, as marcas precisam ir além da simples criação de novos produtos e buscar construir e fortalecer relações emocionais e duradouras com seus consumidores", diz a WGSN. Collabs entre diferentes setores, como alimentação, música e esportes, estão prontas para expansão nos próximos anos.
Beleza e saúde mental
Produtos que tenham preocupação com a saúde mental são tendência. De acordo com a WGSN, em 2025 a indústria da beleza latino-americana precisará investir em produtos que entreguem, além de performance, uma preocupação com a saúde mental.
As soluções padronizadas não atenderão mais a todos. As marcas terão que criar produtos para indivíduos —e não para consumidores, de acordo com a WGSN.
Para a WGSN, o controle do estresse será um grande motivador de compra. "Cada vez mais pessoas buscarão produtos e serviços que beneficiem a saúde emocional nas rotinas de autocuidado", informa a WGSN. Segundo a empresa, 49% dos brasileiros têm interesse em produtos que façam bem à saúde mental. Um exemplo citado é a marca Oh Well, que oferece uma vela de chá verde e bambu para "ajudar o usuário a relaxar durante o uso de produtos de beleza de autocuidado".
Consumo ao ar livre
A economia da atividade ao ar livre segue em expansão. A WGSN diz que, em busca do conforto na natureza e do detox digital, os consumidores estarão mais focados em esportes e atividades ao ar livre, como caminhadas, acampamentos e piqueniques.
Consumidores começaram a investir em alimentos e bebidas adequados para atividades ao ar livre. Isso reforça a ideia de as empresas criarem produtos que proporcionem alegria em ocasiões de comer e beber ao ar livre. Também houve um crescente interesse no mercado fitness pelos exercícios ao ar livre, diz a WGSN.
Bebidas ready-to-drink (prontas para beber) e com baixo teor alcoólico seguem em alta. Para a WGSN, com as pessoas se tornando mais conscientes da sua preocupação com a saúde e o bem-estar, as bebidas com baixo ou zero teor alcoólico também ganharam popularidade. "Nesse contexto, foi observado um aumento significativo no mercado de alimentação e bebidas em relação aos ingredientes que aumentam a energia, a hidratação e a recuperação, tornando mais claro o interesse dos consumidores pelas bebidas ready-to-drink, uma tendência já destacada pela WGSN, em 2020", informa.
As bebidas ready-to-drink têm foco em funcionalidade. De acordo com a WGSN, elas têm o objetivo de auxiliar em questões como energia, saúde intestinal e imunidade, e estarão cada vez mais em evidência no mercado em categorias como café e chá, entre outras bebidas hidratantes.
Preocupação com a sustentabilidade
Em 2025, as marcas responderão aos desafios do aquecimento global e às demandas de consumidores. Para isso, diz a WGSN, a empresa deve conceder à natureza "um assento fixo na sala de reuniões", o que ela chama de "natureza como CEO". De acordo com essa tendência, segundo a WGSN, as marcas poderão, por exemplo, proteger os recursos naturais e também reduzir gastos com consumo de energia, ao incorporar a sustentabilidade em todas as etapas da cadeia de produção.
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Quero receberUm exemplo citado é a empresa sueca de skincare Tiny Associates. Segundo a WGSN, a sueca desenvolveu uma alternativa ao bisabolol (ingrediente de skincare derivado do óleo da árvore candeia), "criada por meio de um processo de fermentação plant-based que usa 230 vezes menos terra agrícola do que o seu equivalente natural".
Cultura digital descentralizada
A cultura digital está deixando de ser macro para se tornar micro, abrindo espaço para interesses de nichos. "Em 2025 e além, o consumidor vai escolher as suas comunidades com base em ideologias e interesses pessoais. À medida que essas histórias de nicho dominam e inspiram uma nova era para o conteúdo, veremos a hegemonia do mundo eurocêntrico torna-se cada vez mais enfraquecida", afirma Nicole Silbert, líder de marketing Latam da WGSN.
Durante décadas, o mundo eurocêntrico foi referência para a cultura pop global, mas plataformas como TikTok, Netflix e Spotify acabaram com as fronteiras e permitiram que qualquer pessoa, independentemente do lugar onde vive, tenha acesso ao entretenimento de nicho.
Nicole Silbert, líder de marketing Latam da WGSN
Segundo ela, a cultura de nicho localizado ganhará terreno globalmente. Isso vai ocorrer principalmente entre os consumidores mais jovens, graças à viralização da cultura digital.
Economia circular é tendência forte
No setor de franquias, a economia circular é uma tendência forte. É o que diz Tom Moreira Leite, presidente da ABF (Associação Brasileira de Franchising). "Já temos algumas marcas franqueadoras que promovem a possibilidade das pessoas venderem os seus bens, roupas e outros itens usados. É uma tendência forte", declara.
Vejo um público consumidor muito mais consciente na tomada de decisão de onde comprar, onde gastar. Os consumidores são mais conscientes na sua tomada de decisão e alocação de gastos. Eu acho que isso também reforça junto com a preocupação ambiental.
Tom Moreira Leite, presidente da ABF
Economia circular já é uma realidade no Brasil. Leite diz que a economia circular começou com mais pujança fora do Brasil. "A gente viu marcas, como a Saks Fifth Avenue, nos EUA, criando um ambiente de revenda de itens de luxo. Na Inglaterra, há redes de franquias de revenda de artigos de luxo. Aqui no Brasil já estão operando nesse modelo de moda circular franquias de revenda de roupas, roupas para bebês e crianças, e outros operadores. Já é uma realidade no Brasil, e isso vai aumentar", afirma.
Empresas vão usar cada vez mais inteligência artificial. "Não tenho dúvidas de que o uso mais intenso de inteligência artificial dentro das organizações também trará uma série de eficiências nas suas ofertas e na capacidade de entender o que o consumidor deseja", afirma. Ele diz que, por anos, as marcas coletaram dados sobre o consumidor e aprenderam sobre os seus hábitos. "A gente vai assistir também a um crescimento vertiginoso da capacidade de processamento dessas informações, e isso vai reverter em uma maior personalização de ofertas. E isso em todos os segmentos", declara.
Essa é uma tendência que, claramente, vai ser catapultada por inteligência artificial.
Tom Moreira Leite, presidente da ABF
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