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Carla Araújo

Bolsonaro mostra gostar de crises ao atacar Rodrigo Maia

Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto -
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto

Do UOL, em Brasília

16/04/2020 20h43

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Se a quinta-feira caminhava para um desfecho de "fim de crise" no governo federal com a saída de Luiz Henrique Mandetta do Ministério da Saúde, tudo mudou há pouco, quando, em entrevista à CNN Brasil, o presidente Jair Bolsonaro resolveu atacar o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

"Ele gosta desse ambiente, não consegue viver na zona do conforto", avaliou um militar de alta patente que tem interlocução com o governo.

"O presidente já vinha acumulando um aborrecimento com Maia. Nos últimos dias, Maia estava dando estocadas no governo e o presidente estava segurando por conta dessa crise da saúde. Aí, como estava se resolvendo, ele resolveu colocar para fora as insatisfações com Maia", avaliou um auxiliar direto do presidente.

Auxiliares falam ainda em "criação de fato novo" e de "liderança no caos" para classificar as atitudes do presidente.

O comportamento de Bolsonaro de explicitar o incômodo com Maia tem um potencial de perpetuar o estado de crise do governo. De acordo com uma fonte palaciana, "será uma tarefa muito difícil" recriar as pontes com o Congresso.

"Uma pena, pois o dia estava terminando bem, com uma repercussão positiva por parte da sociedade e da imprensa de aceitação do nome do novo ministro Nelson Teich e agora temos mais uma crise pela frente", destacou outro auxiliar.

Interlocutores do presidente ponderam, no entanto, que Maia vinha de certa forma "provocando" o presidente. "Ele vem fazendo ataques diários, o presidente até que segurou bem a reação, mas hoje não aguentou", destacou uma fonte.

Maia chegou a falar hoje que a equipe do ministério da Economia produzia "fake news" para desqualificar o projeto de socorro aos estados e municípios. "Ele vem demonstrado prazer em criticar o Executivo", disse um auxiliar.