No Planalto, prisão de Queiroz é vista como pólvora para família Bolsonaro
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O humor do presidente Jair Bolsonaro, com a prisão do ex-assessor de seu filho Flavio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, não deve estar o dos melhores nesta quinta-feira. O presidente não parou nem para falar com os apoiadores, como costuma fazer na saída do Alvorada.
Já está no Palácio do Planalto e deve se reunir com seus principais auxiliares para definir uma estratégia de resposta ou silêncio no caso. "Esse assunto é pólvora", admitiu uma fonte palaciana.
Alguns interlocutores do presidente ouvidos pela coluna lembraram que qualquer tema que atinja a família do presidente o deixa "transtornado". "O presidente tem um temperamento difícil e sempre quando mexem com os filhos fica mais difícil a conversa", afirmou uma fonte próxima.
"É um assunto super delicado para família", comentou outro assessor.
Entre os auxiliares militares também há extrema cautela ao conversar com o presidente sobre casos que envolvem a família. O ex-ministro Carlos Alberto dos Santos Cruz, por exemplo, que deixou o governo após embates com Carlos Bolsonaro já admitiu que o presidente não conseguia ouvir críticas a postura dos filhos.
Advogado e Atibaia
Outro ponto que exigirá uma explicação do presidente ou terá potencial de ampliar o desgaste da operação de hoje é que Queiroz foi preso em um sítio em Atibaia que pertence ao advogado Frederick Wassef, que é advogado do presidente e da família.
Wassef esteve ontem, inclusive, no Palácio do Planalto, na posse do deputado Fábio Faria como ministro das Comunicações.
No campo das coincidências ou ironias do destino, Queiroz foi preso em Atibaia. A cidade do interior paulista esteve no centro de um dos processos que condenou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Tanta cidade para se refugiar, descansar, se tratar, tinha que escolher justo Atibaia", ironizou um auxiliar.
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